O índice de positividade da nova variante Ômicron é de 50% entre as pessoas que buscam atendimentos em Caxias do Sul, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O índice é o dobro do registrado na primeira semana de 2022, quando variava de 20% a 25%. O momento da pandemia foi detalhado na reunião do Gabinete de Crise na tarde dessa segunda-feira (17).
— (O índice) é uma prova irrefutável da alta transmissibilidade do vírus, que é facilitada pela maior circulação de pessoas e baixa aderência aos protocolos sanitários — afirmou a secretária da Saúde, Daniele Meneguzzi.
O número de atendimentos de pessoas com sintomas de doenças respiratórios passou de 600, nos primeiros sete dias de janeiro, para 2.160 na semana passada. Desses, 1.900 testaram positivo para a covid-19. Na primeira semana de janeiro foram detectados 1.773 casos positivos e, na seguinte, de 927.
— Ainda estamos longe de uma estabilidade — advertiu Daniele.
Com base na série histórica dos últimos dois anos de comportamento da doença, a SMS estima que a alta dos casos seguirá, pelo menos, pelas próximas duas semanas. A prefeitura reforça que, mesmo tendo potencial menos agressivo e número reduzido de internações na comparação com outras variantes da covid-19, a Ômicron exige a continuidade dos cuidados preventivos pela população, como uso da máscara, distanciamento e higienização com álcool em gel, além reforçar a importância da vacina.
Segundo os dados da secretaria, o maior número de casos se concentra na faixa dos 20 aos 29 anos, público com baixo índice de imunização, seguido por pessoas com idades entre 50 e 59 e 43 e 49.
Começam faltar vagas de enfermarias na rede pública
A alta incidência da Ômicron começa a influenciar na estrutura dos hospitais. As internações em enfermarias avançaram 150% na comparação com o final de dezembro. Os leitos de UTI para covid-19 avançaram de 28% para 48% na rede pública e de 17% para 43% na privada, no mesmo período. Na segunda, a cidade tinha 1.382 casos positivos, dos quais 112 são servidores da saúde.
— No final de dezembro, tínhamos total inferior a 200 casos — registrou a secretária da Saúde, que ainda informou que sete pessoas aguardam em leitos das UPAs vagas para enfermarias nos hospitais que atendem ao SUS.
Outro alerta da administração é sobre a proliferação de notícias falsas. Um dos casos é a comunicação de que pessoas recuperadas da covid-19 devem se dirigir às UPAs e UBSs para fazer um novo teste para verificar a cura e o recebimento dos atestados.
— Do total de usuários destes serviços, de 80% a 85% estão se deslocando desnecessariamente induzidas por informações equivocadas — informou a titular da Saúde em Caxias.
Para resolver esta questão, a secretaria buscará soluções em parceria com os sindicatos patronais e de trabalhadores. Na mesma linha de colaboração, foi pedido que as entidades repassem aos seus públicos que as estruturas dos serviços de saúde têm limites para absorver as demandas, o que leva a um tempo maior para o atendimento.
— Lamentavelmente, temos tido seguidamente agressões verbais e quase físicas contra servidores, que têm feito o máximo do possível — enfatizou.
Na reunião do Gabinete do Crise também foi confirmada para quarta-feira (19) o início da vacinação das crianças a partir de cinco anos.