A diretora do Comitê Técnico da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste Gaúcho (Amesne), Marijane Paese, afirmou nesta sexta-feira (14) que a entidade regional não irá atuar em medidas restritivas referentes ao controle da pandemia. Marijane, que participou de reunião realizada pelo Gabinete de Crise do Estado na quinta-feira (13) para debater e avaliar a situação da pandemia junto aos comitês regionais, disse que a Amesne voltou a acompanhar diariamente os dados regionais. Ela ressalta que cabe a cada município determinar medidas, conforme sua realidade, para frear a disseminação do coronavírus, que apresenta alta taxa em todo o Estado.
— A função do comitê regional é de controle, avaliar cenário e conversar com o Estado. A associação abrange 49 municípios e cada um deles precisa agir dentro de seu contexto. O que pedimos é que coloquem as informações no sistema, para fazermos essa avaliação regional e que cumpram a determinação estadual de busca ativa de contaminados, porque o diferencial agora está na testagem — afirmou a diretora.
O ano de 2022 começou com um aumento relevante no número de casos ativos de contaminações por coronavírus, em Caxias do Sul. Somente na primeira semana, foi registrado um aumento de 240% enquanto a ocupação de unidades de terapia intensiva (UTIs) e leitos clínicos segue estável. Segundo a diretora do comitê regional, em dezembro 7% das pessoas contaminadas pelo vírus foram hospitalizadas, enquanto agora esse percentual é de 0,5%.
— Explodiu o número de casos, mas a variante Ômicron tem outro comportamento. Se fosse lá atrás, com este índice de contágio, já teríamos colapsado (sistema de saúde) — avaliou.
Um dos encaminhamentos da reunião de quinta-feira foi a elaboração de um ofício, por parte do governo do Estado, ao Ministério da Saúde, solicitando a manutenção do custeio de leitos. O ministério anunciou, em dezembro, que deixará de custear os leitos covid a partir de 1º de fevereiro. Na Serra, são cerca de 120 leitos de UTI nesta situação, mas alguns hospitais buscam a manutenção para que eles sigam funcionando como UTI convencional.
Segundo a titular da 5ª Coordenadoria Regional da Saúde (CRS), Claudia Daniel, a demanda local foi levada para uma reunião estadual no final da manhã desta sexta-feira, mas ainda depende de decisão da Secretaria Estadual da Saúde, bem como aprovação por parte do Ministério da Saúde.
— A maioria destes leitos estão agora ociosos com a baixa de internações por conta da covid-19 e poderiam contribuir pra atender à crescente demanda regional por leitos de UTI (convencional), somando-se aos outros 72 leitos SUS; já temos certa falta de vagas há algum tempo — comenta Claudia.
Segundo ela, a previsão inicial, que ainda depende dos órgãos estadual e federal, é de que 40 a 50 leitos tenham estrutura adequada para seguir funcionando como UTI, sendo eles no Hospital Geral e Virvi Ramos, de Caxias do Sul; São Pedro, de Garibaldi; e São Carlos de Farroupilha.