A equipe de pesquisadores que atua na Universidade de Caxias do Sul (UCS) pede que a comunidade participe das pesquisas sobre a covid-19. A biomédica especialista em análises clínicas da UCS, Priscila Panata, explica que podem participar pacientes que estão infectados, ou seja, na fase ativa da doença ou pessoas que tiveram a infecção nos últimos seis meses. Aqueles que estivem no laboratório de covid-19 da UCS devem apenas manifestar interesse em participar da amostragem, já que as coletas estão armazenadas. O apelo ocorre porque a equipe percebe resistência em parte da população.
Ela afirma que há em andamento diferentes linhas de pesquisa sobre o coronavírus. Uma delas é a nível proteômico e envolve a doutoranda e os professores doutores Sidnei Moura e Silva e Mariana Roesch Ely,
— A pesquisa é para descobrir quais proteínas compõem o coronavírus. Nós sabemos que o coronavírus tem dentro de sua composição uma camada proteica, uma sequência, que pode mudar conforme as novas variantes — explica Priscila, que trabalha também com as pesquisadoras Gisele Lopes e Keilla Machado.
Priscila destaca que dentro dessa pesquisa tem também a linha das principais alterações hematológicas em pacientes que tiveram a doença:
— Temos uma alteração no formato das hemácias. Elas têm se apresentado em formato de cogumelos (hemácias são células arredondadas, com forma de um disco bicôncavo). Estamos realizando essa pesquisa para identificar se os pacientes acometidos pela doença com um tipo de variante aqui na região têm essa modificação.
Resistência por parte da comunidade
Os profissionais da UCS percebem que há resistência dos pacientes em participar dos estudos. Desde que as pesquisas começaram, em agosto de 2020, já foram avaliados 2 mil prontuários, mas apenas 80 coletas foram analisadas.
— Não há muita adesão. Nós ligamos para pessoas que passaram pelo laboratório da UCS para realizar a testagem e eles não têm interesse. Talvez os pacientes não tenham esse entendimento do quanto a pesquisa é essencial à nossa saúde — argumenta a pesquisadora.
Ela defende que a pesquisa é um elemento essencial para o desenvolvimento humano, vacinal e medicamentoso.
— A gente precisa desse investimento e de adesão da população, porque os estudos são uma peça fundamental para a saúde pública. Se não fossem as pesquisas hoje não existiriam vacinas suficientes para combater o coronavírus, não existiriam informações de como pode ser feita a prevenção e como tratar sintomas.
Como funciona
A equipe analisa amostra de sangue, swab nasal e também uma secreção salivar dos pacientes que estão internados no HG, de pacientes que já passaram pela infecção e daqueles que estão no momento da infecção, e mesmo se não estiverem intermados, mas que aceitaram participar dos estudos.
Como participar
Se você está apto a participar pode entrar em contato pelo telefone (54) 3218-2149 e falar com Claudete ou mandar um email para ppanata@ucs.br.