O tempo de espera para atendimento médico na UPA Central de Caxias do Sul gerou reclamações na tarde desta quinta-feira (11). Alguns pacientes relatavam estar no local desde 9h e 10h. Por volta de 15h30min, entre 20 e 30 pessoas ainda aguardavam na sala de pré-atendimento.
A vendedora Paloma Oliveira da Silva, 22 anos, chegou ao local por volta de 11h, com sensação de desmaio, tontura e vômito.
— Tive que vir correndo para cá. A gente tenta conversar com eles (profissionais da UPA), mas dizem que temos que aguardar — relata.
— Ninguém está aqui a passeio, está todo mundo doente. Não vejo priorizarem grávidas e crianças. Tem gente de idade há horas aqui. É uma falta de respeito e consideração — completa a dona de casa Tatiana Borba, 44.
Outro que esperava atendimento era o motoboy Bruno Prado de Oliveira, 23, morador do Esplanada. Ele relata que chegou às 9h, para tentar mostrar um exame de sangue e ser examinado:
—Eu fui no posto de saúde às 6h, mas não tinha médico, aí vim para cá. É horrível, eu preciso trabalhar, estou todo esse tempo sentado, sem almoçar, sem nada — reclama o motoboy.
O caso de Bruno ilustra um cenário preocupante, apontado pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Alexandre Silva, que foi acionado pela população por volta de 13h30min:
— O ponto x que eles reclamam é que só procuram atendimento aqui porque não têm médicos nas unidades básicas de saúde. É com frequência que isso vem ocorrendo. A UPA Central, em si, eu não vejo como culpada, o sistema é que está sobrecarregado. Não tem médico nas UBSs, o pessoal vem para cá (UPA Central) e eles (servidores) não têm como atender todo mundo de forma rápida — diz Silva, presidente do CMS.
A Secretaria Municipal da Saúde se manifestou sobre as reclamações, por meio da nota abaixo, evidenciado que a escala médica da unidade está completa e foi reforçada nesta quinta e que casos de urgência e emergência são atendidos de forma imediata:
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que a escala médica na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Central está completa e foi inclusive reforçada nesta quinta-feira (11/11), em função do movimento acima do normal. Desde o último mês, a escala na UPA está sendo reforçada diariamente e nos últimos dias foram incluídos ainda mais dois reforços médicos mesmo não previstos em contrato, dado ao aumento expressivo da procura por consultas clínicas (não relacionadas à covid-19).
Pacientes de urgência e emergência são atendidos de forma imediata. Em casos não urgentes, quando o paciente recebe uma classificação verde ou azul, o tempo de espera pode ser mais prolongado mesmo com o reforço de equipe, uma vez que a observação clínica está com todos os leitos ocupados.