Os recicladores que atualmente depositam materiais em via pública na Rua Cristóforo Randon, no bairro Euzébio Beltrão de Queiroz, devem receber uma área de 2,5 mil metros quadrados para trabalhar. São dois terrenos atrás do Estádio Centenário, que somam cerca de 2,5 mil metros quadrados. As áreas foram declaradas de utilidade pública há pouco mais de duas semanas para tramitação em regime de urgência.
Um dos terrenos compreende três lotes na Rua João Batista Scalabrini, que somam 1.104 metros quadrados. Já a outra área tem 1.488 metros quadrados e contempla quatro lotes no cruzamento da Rua João Batista Scalabrini com a Cristóforo Randon.
Apesar do decreto de utilidade pública declarar a urgência no trâmite, ainda há um longo caminho burocrático a ser percorrido até a desocupação da rua. A principal delas é a efetiva desapropriação dos terrenos, que estão em processo de leilão judicial. De acordo com o prefeito Adiló Didomenico (PSDB), o município está em tratativas para adquirir as áreas e também precisará ajustar as matrículas dos terrenos antes de dar andamento às próximas etapas. Ainda assim, há a expectativa de que a construção do pavilhão possa ocorrer em 2022.
— É como dizem: para ter a marcha é preciso dar o primeiro passo. É isso que estamos fazendo. As tratativas com os moradores já ocorrem há bastante tempo e eles concordam com a mudança — afirma.
O plano da prefeitura é erguer um pavilhão de cerca de mil metros quadrados dividido em cinco módulos, além de disponibilizar um pátio de manobras para os recicladores.
— Não vamos mais concordar com o material na rua — destaca o prefeito.
O município já havia decretado utilidade pública da área em outubro, mas o processo teve que ser realizado novamente porque a área original contemplava parte do campo suplementar do Estádio Centenário. Além da conclusão do processo de desapropriação da área, ainda será necessário elaborar o projeto do novo pavilhão para encaminhar a construção.
Historicamente a Rua Cristóforo Randon é alvo de reclamações devido ao volume de material reciclado depositado em via pública. Originalmente estreita, a via passou por alargamento e pavimentação em 2016, em uma obra que custou cerca de R$ 5 milhões. Em pouco tempo, contudo, o novo espaço passou a ser utilizado pelos recicladores. A Cristóforo Randon é endereço de cerca de seis recicladoras, nenhuma registrada na prefeitura.