A prefeitura de Caxias do Sul estima ainda para o ano de 2022 a construção de um pavilhão que abrigará os recicladores, que hoje ocupam a Rua Cristóforo Randon, no bairro Euzébio Beltrão de Queiróz. A intenção é resolver uma situação que se agravou nos últimos anos, gerando reclamações pelo acúmulo de entulhos às margens da via.
Para tirar a proposta do papel, o Executivo vislumbra a aquisição de uma área aos fundos do Estádio Centenário, no bairro Marechal Floriano. Segundo a prefeitura, os terrenos estão em processo de leilão. Diante do interesse de utilizar o espaço, o município decretou as áreas de utilidade pública.
— É um procedimento necessário para que, no futuro, o município possa desapropriar aquela área para a construção desse pavilhão. A partir da desapropriação, nós podemos comprar esse terreno. Além da desapropriação, existe a possibilidade de se fazer permuta. Então, não há uma única possibilidade. Mas, por hora, o município está dizendo, através desse decreto, que essa área é de interesse do público — explica o procurador-geral do município, Adriano Tacca.
Segundo o prefeito Adiló Didomenico, o decreto inclui o total de 10 terrenos, mas será feita a retificação da matrícula, o que impactará na metragem do espaço. O valor de investimento não foi informado.
— Nos fundos do estádio tem o campo suplementar, que o Caxias usa, que também está em processo judicial. Depois tem uma rede e uma cancha de areia, uma faixa boa que dá em torno de 2 mil metros. Mas nós não vamos prejudicar esse campo suplementar usado pelo Caxias, nós tivemos o cuidado de tornar de utilidade pública a faixa além deste local — detalha o prefeito.
Mas, além do desenrolar dos trâmites burocráticos e judiciais que envolvem a área, a prefeitura ainda precisa fazer todo o projeto de construção do futuro pavilhão. Ainda não há data para o início das obras, tamanho da estrutura ou investimento necessário.
— Em primeiro lugar, temos que fazer a sondagem do terreno, a retificação da matrícula e ver o que pode ser construído. É um processo que, seguramente, vai se estender durante o próximo ano — estima o chefe do Executivo.
Adiló comenta que tem dialogado com os recicladores que ocupam a Rua Cristóforo Randon e há o desejo de mudança:
— Eles são bem favoráveis, desde que seja próximo dali, porque eles moram por ali. E agora está surgindo o local, o que era o mais difícil.
A elaboração do projeto do pavilhão destinado aos profissionais reúne diversas secretarias municipais e lideranças comunitárias.
Relembre o caso
A Rua Cristóforo Randon foi alargada e revitalizada em 2016, com um investimento de R$ 5 milhões. No ano seguinte, a via já gerava reclamações sobre entulho e lixo espalhado. Até seis recicladoras funcionaram no trecho, mas nenhuma regularizada na prefeitura.
O local é alvo frequente de reclamações, não só pelo ponto de vista da limpeza urbana, como também pelo prejuízo ao trânsito da via.
Na última sexta-feira (15), equipes da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) estiveram no local e recolheram 14 toneladas de resíduos, além de roçarem e limparem os meios-fios.