A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Rio Grande do Sul avalia como fará o transporte dos cavalos resgatados em operação do Ministério Público (MP) de volta para Caxias do Sul. No momento, os animais sobreviventes — quatro éguas, um cavalo e uma mula estão abrigados no Centro de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária no município de Hulha Negra. A determinação da Justiça para que sejam removidos para Caxias ocorre porque a ONG Proteção Animal Caxias (PAC) solicitou ao MP a guarda dos animais até que eles sejam doados.
No ofício, a juíza da 4ª Vara Criminal de Caxias do Sul, Maria Cristina Rech, determina que a pasta efetue, às custas e responsabilidade do governo estadual, o transporte dos animais que estão em Hulha Negra de volta para Caxias. O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da pasta recebeu o ofício encaminhado pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Caxias do Sul na noite de segunda-feira (22). Por nota, a pasta afirma que: "irá verificar as condições pelas quais é possível ou não o cumprimento da determinação, em função de envolver custos ao poder público". Após, o ofício ainda será analisado pelo procurador do Estado e coordenador setorial do Sistema de Advocacia da secretaria.
Os equinos foram resgatados durante a operação Hipo que desarticulou um suposto esquema de venda de carne de cavalo como sendo de gado na cidade. Os animais foram encontrados pela equipe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Segurança Alimentar em uma chácara, no bairro Forqueta, que era utilizada como abatedouro clandestino. Segundo o MP, os sobreviventes seriam abatidos para serem transformados em hambúrgueres.
Em Caxias, eles serão entregues à Clínica Veterinária de Grandes Animais da Universidade de Caxias do Sul (UCS). O MP solicitou a UCS que os animais sejam colocados em baias isoladas e somente liberados para a ONG após a realização dos exames e vacinas. A presidente da PAC, Cátia Giesch, afirma que até o momento ainda não foi comunicada sobre quando eles chegam a cidade. Ela explica que na UCS os animais vão ser examinados, vacinados e o que mais for necessário, até que tenham alta. Enquanto isso, a PAC e a Soama estarão fazendo uma triagem para selecionar os adotantes.
— Algumas pessoas nos procuram e questionam o fato de que os cavalos não vão poder montar e participar de rodeio, mas o que precisam entender é que eles não têm que ter utilidade, eles precisam de uma vida digna, sem sofrimentos — reitera Cátia.
Os escolhidos para ter a guarda dos animais terão que ter como transportá-los para a propriedade onde eles vão ficar e irão passar por entrevista e precisarão comprovar que têm condições de cuidar dos animais. Eles também ter que assinar um termo de adoção, que serve para prestação de contas ao Ministério Público e procurar a Inspetoria Veterinária para fazer o cadastro para obter a guia de transporte animal.
Como adotar os animais
Quem desejar adotar os animais pode entrar em contato pelo número (54) 99250 3923 ou pelo soamasite@yahoo.com.br. Caso o processo de adoção demore, após deixarem a Clínica na UCS, os equinos serão levados para chácara da PAC.