O Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria (Segh) irá solicitar ao Ministério Público (MP) a divulgação de hamburguerias que supostamente negociavam com grupo investigado por vender carne de cavalo como sendo de gado em Caxias do Sul. O pedido é uma tentativa de desfazer boatos que circulam nas redes sociais e manter a reputação de quem não tem envolvimento com o esquema. A decisão foi tomada durante reunião com proprietários de estabelecimentos nessa segunda-feira (22). Conforme Vicente Perini, presidente do Segh, o pedido está sendo elaborado pelo departamento jurídico da entidade.
— Queremos acabar com as fake news. Tem muita gente que não tem nada a ver com isso — destaca.
O MP encontrou uma lista com 17 nomes relacionados à hamburguerias durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na manhã de quinta-feira (18) em Caxias. A Promotoria afirma que não divulga a relação porque não há comprovação de que esses estabelecimentos compraram a carne imprópria para consumo ou se sabiam do esquema criminoso. A lista seria uma anotação em papel sem data.
Somente em duas hamburguerias, a Miru's Burguer, no bairro Kayser, e a Natural Burguer do bairro Sagrada Família, foi comprovado a presença de carne de cavalo nos lanches. Equipes que fazem parte da operação compraram os hambúrgueres como clientes e encaminharam o alimento para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura em Goiás. O resultado do DNA deu positivo para carne de cavalo.
Nesta terça-feira (23), ocorre audiência de custódia dos seis presos preventivamente, que estão recolhidos no sistema prisional desde a semana passada. Esta será a primeira oportunidade de os investigados se manifestarem oficialmente sobre os fatos investigados.