O Hospital Geral de Caxias do Sul realiza nesta quinta-feira (14) o 1º Simpósio de Cuidados Paliativos, por meio de uma transmissão no YouTube, às 20h. O Simpósio vai abordar dois temas: “Cuidados paliativos em unidade de Terapia Intensiva (UTI): decisões difíceis” e “Cuidados paliativos em unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP): decisões difíceis”. As inscrições são abertas à toda comunidade e podem ser feitas no site do HG.
O evento foi organizado em referência ao Dia Mundial de Cuidados Paliativos, realizado no segundo sábado de outubro. Em 2021, a data foi celebrada no último sábado, 9 de outubro, como explica a Coordenadora do Serviço de Cuidados Paliativos do HG, Viviane Buffon.
— Organizamos o simpósio em virtude da necessidade de educar sobre a importância dos cuidados paliativos. As pessoas confundem com cuidados para o fim de vida, o que não é verdade — ressalta a médica.
O evento debate o tratamento em UTIs e conta com a participação de médicos e enfermeiros. A primeira palestra “Cuidados paliativos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI): Decisões difíceis” tem como palestrantes Rodrigo Kappel Castilho, médico do Serviço de Medicina Intensiva e do Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e CEO da Pallatium Cuidados Paliativos. O segundo palestrante será Emerson Boschi da Silva, coordenador médico da UTI adulta do HG e especialista em Medicina Intensiva. A primeira palestra será mediada por Viviane.
A segunda palestra vai abordar a as decisões difíceis envolvidas nos “Cuidados paliativos em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP)”. Entre as palestrantes está a coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do HG e médica paliativista pediátrica do Hospital Sírio Libanês, Ciana Santos Indicatti. O debate será mediado pela coordenadora de Enfermagem da Oncologia e Radioterapia do HG e especialista em Terapia Intensiva Adulta e Pediátrica, Lucélia de Barros.
O evento também vai abordar a qualificação profissional para a prática do cuidado paliativo com a coordenadora da pós-graduação em Master of Health Business em Cuidados Paliativos e mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ana Cristina Vianna.
O que são cuidados paliativos
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados paliativos são um conjunto de cuidados feitos para a pessoa que sofre de uma doença grave ou incurável e sua família, com o objetivo de aliviar o sofrimento, melhorando o bem-estar e a qualidade de vida.
Os cuidados paliativos incluem quatro áreas da medicina: cuidados físicos, psicológicos, sociais e espirituais. Viviane destaca que, ao contrário do que muitos pensam, não é verdade que os cuidados paliativos são oferecidos para o paciente que não tem mais condições de vida. Segundo a médica, o paliativista trabalha com qualquer doença que ameaça a continuidade da vida ou que produz algum tipo de limitação ou sofrimento.
— É uma abordagem que trabalha com prevenção e pode proporcionar um aumento do tempo de vida com qualidade. Os pacientes se beneficiam muito desses cuidados logo depois do diagnóstico — analisa Viviane.
Em 2009, pela primeira vez na história da medicina no Brasil, o Conselho Federal de Medicina incluiu, em seu novo Código de Ética Médica, os Cuidados Paliativos como princípio fundamental. O Hospital Geral trabalha há muitos anos com cuidados paliativos, que incialmente eram oferecidos somente aos pacientes oncológicos. Desde 2017, o HG ampliou o serviço para pacientes com outras doenças, além do câncer. O hospital também vai ampliar os cuidados para a área de pediatria.
— Diferentemente de alguns anos atrás já há um reconhecimento maior. Hoje em dia, os profissionais da saúde reconhecem a importância desse trabalho — aponta Viviane.
Em 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) lançou uma portaria estabelecendo que o sistema de saúde deve oferecer cuidados paliativos de qualidade e baseados em evidências, seguindo a definição da OMS, para toda a Rede de Atenção à Saúde.