Uma audiência da direção do Hospital Virvi Ramos, de Caxias do Sul, com a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, está agendada para o dia 7 de outubro. No encontro, será solicitada pela instituição caxiense uma revisão acerca dos R$ 200 mil de repasse aprovados recentemente pelo governo estadual. O valor é destinado pelo programa Assistir, que beneficiou 158 instituições gaúchas que prestam atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo hospitais de 10 cidades da Serra. De acordo com a diretoria do Virvi Ramos, o valor, que será depositado em 12 parcelas a partir de outubro, cobre custos de quatro leitos de UTI. Porém, ela entende que mais leitos operados pelo hospital deveriam ser considerados, aumentando para R$ 900 mil o total do repasse.
— A gente não se sente prejudicado, até porque trata-se de um incentivo. Mas entendemos que ele possa ser reavaliado, porque prestamos serviços pelo SUS que acabam onerando a Secretaria Municipal da Saúde, que extrapola o limite de repasse. Há uma dificuldade de recomposição das tabelas, especialmente diante dos aumentos nos preços de insumos, e este incentivo vem a auxiliar nisso por, pelo menos, um ano — avalia a diretora executiva do Hospital Virvi Ramos, Cleciane Doncatto Simsen.
Segundo a diretora, além dos quatro leitos de UTI contemplados pelo repasse, por tratarem-se de leitos habilitados permanentemente pelo Ministério da Saúde, o hospital está pleiteando junto ao governo estadual a cobertura de outros seis leitos do mesmo setor, que serão mantidos mesmo após a pandemia. Além disso, também são esperados recursos para 20 leitos de saúde mental habilitados para a unidade de saúde auditiva do Centro de saúde Clélia Manfro, que atende toda a Macrorregião da Serra pelo SUS. É com base nestes serviços que o Virvi Ramos pretende buscar a complementação de R$ 700 mil em recursos pelo programa estadual.
O hospital caxiense totaliza hoje 30 leitos de UTI, sendo 17 deles destinados ao atendimento SUS. A redução de casos graves para a covid-19 faz com que a instituição estude uma nova redução de leitos, que chegaram a atingir um total de 44 em função da pandemia. Apesar da redução de casos graves para a covid-19, a demanda por parte de casos eletivos e agravamentos de outras doenças — incluindo diagnósticos que estavam represados em função do período mais crítico da pandemia — a manutenção de leitos em UTI é considerada fundamental pela diretora.
Casos são avaliados pela SES
A proposta de redistribuição de incentivo financeiro a hospitais gaúchos a partir de novos critérios tem gerado pedidos de reavaliação por parte de instituições de outras cidades também. Procurada pela reportagem na manhã desta terça-feira (28), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) não confirmou quantos casos foram registrados até o momento e nem se há possibilidade de remanejar valores dentro do projeto. Por meio de assessoria, a pasta informou apenas que cada caso está sendo avaliado individualmente.
Conforme a diretora executiva do Hospital Virvi Ramos, Cleciane Doncatto Simsen, o valor que começará a ser depositado em parcelas a partir de outubro cobre, pontualmente, custos de quatro leitos de UTI que são habilitados de forma permanente pelo Ministério da Saúde. No entanto, a gestora entende que o cálculo do governo estadual deve considerar mais seis leitos que deverão ser mantidos em atividade após a pandemia, além de 20 leitos de saúde mental habilitados para a unidade de saúde auditiva do Centro de saúde Clélia Manfro, que atende toda macrorregião da serra pelo SUS. Em uma análise prévia feita pelo hospital, o valor total do incentivo do estado deve passar de 200 mil para 900 mil reais. Ainda conforme a diretora, o incentivo auxilia na recomposição das tabelas por, pelo menos um ano, especialmente diante do aumento de custos de diversos insumos, desde EPIs, até o preço da gasolina, registrados desde o início da pandemia.
Diante deste novo formato de distribuição dos incentivos estaduais, instituições de outras cidades também estão pedindo reavaliação sobre os valores estipulados. por meio de assessoria, a secretaria estadual afirmou nesta manhã que cada caso está sendo avaliado individualmente.