
O Influenciador Rico Melquiades prestou depoimento nesta quarta-feira (14) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, do Senado. O influenciador confirmou que tem contratos de publicidade com casas de apostas que não têm autorização do Ministério da Fazenda para operar.
De acordo com o g1, Melquiades negou ter qualquer ligação direta com empresas irregulares e afirmou que nunca utiliza "contas demo" (para demonstração) na divulgação das empresas nas redes sociais.
— Sei o que é uma conta demo, não vou ser hipócrita, mas nunca utilizei. A conta demo é uma coisa ilustrativa, que você divulga mostrando o jogo, mas é uma conta real (...) Não é uma conta que não existe. É uma conta real. Porém, é o pessoal que contrata que manda login e senha — afirmou o influenciador.
Ele afirmou ainda que não recebe ganhos extras com o aumento das perdas de apostadores e que o contrato estabelecia um valor fixo.
— Eu ganhava aquele valor fixo. Se você entrasse, ou não entrasse, se jogassem ou não jogassem, se não fosse ninguém, eu ia ganhar aquele valor fixo. Nunca ganhei por perdas ou ganhos de outras pessoas. Tenho um valor fixo — declarou.
Melquiades usou o seu direito ao silêncio para não responder questionamentos sobre o valor que recebe com a divulgação das casas de apostas.
CPI das Bets
Rico Melquiades é o segundo influenciador a prestar depoimento à CPI das Bets. Na terça-feira (13), Virginia Fonseca compareceu ao Senado para dar o seu testemunho e responder perguntas dos parlamentares.
Com intuito de investigar casas e sites de apostas que operam no Brasil, a CPI das Bets foi autorizada em outubro de 2024. A decisão foi tomada por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado na época.
Com relatoria da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MT), a CPI das Bets já aprovou a convocação de outros famosos como os cantores Gusttavo Lima, Wesley Safadão e Jojo Todynho, os influenciadores Deolane Bezerra, Gkay e Felipe Neto e o humorista Tirulipa.
A comissão foi oficialmente aberta em novembro do ano passado para investigar a "influência dos jogos virtuais de apostas online no orçamento das famílias brasileiras". A CPI também analisa o envolvimento dos famosos convocados, todos na condição de testemunhas, na promoção das apostas online por meio de suas redes sociais.