Será sepultado às 17h desta terça-feira (28), no Cemitério São Francisco, de Vacaria, o corpo de Riam Eduardo Soster Soares, 17 anos. O adolescente morreu afogado na tarde desta segunda-feira (27) na barragem da Corsan que abastece o município. O Corpo de Bombeiros Militar de Vacaria foi acionado por volta das 16h para atendimento à ocorrência.
O local, segundo os bombeiros, é de difícil acesso e considerado impróprio para banho. A represa tem pontos de grande profundidade por conta das escavações que são realizadas em períodos de estiagem. O corpo de Riam foi encontrado após operações de mergulho em apneia, em um ponto com seis metros de profundidade, a cerca de 20 metros da margem.
Segundo informações repassadas pelo bombeiros, Riam estava junto com dois amigos. Eles estavam no treino de futebol, saíram de lá de bicicleta e foram até a barragem. Riam entrou na água, mas foi para um local muito profundo. Os amigos tentaram socorrê-lo, mas não conseguiram e então ligaram para os bombeiros. O jovem que ligou estava desesperado e disse “meu amigo é tudo pra mim, vem salvar ele”.
O soldado Mendonça, que foi um dos bombeiros envolvidos no caso, salientou que o correto é evitar locais impróprios para banho e não deixar a água passar da cintura. Além disso, aconselhado é não entrar em locais turvos, em que não se enxerga o fundo e se entrar o recomendado é ter um objeto flutuante, seja uma prancha ou uma boia, por exemplo. Mendonça ainda relata que na barragem, todos os anos, são atendidas em média de duas a três vítimas de afogamento.
Quem era Riam?
Riam morava no bairro Monte Claro em Vacaria. Ele deixou os pais Márcio Oliveira Soares e Gisele Soster Soares e os irmãos, Luis Henrique e Teilor Gabriel. Um de seus compromissos rotineiros, junto com os amigos Marlon de Cândido Viacelli, 16 anos e Matheus Felipe Toniolli Borges, 17anos, era o treino de futebol na categoria de base do Glória. O coordenador da base, Renato Zacharias, conhecido como Tilão, lamenta a situação e afirma que Riam era muito prestativo, querido, parceiro e um atleta exemplar. Ele o resume como um "guri nota dez", que já está fazendo muito falta.
— Jogamos sábado, foi seu último jogo na competição. É um guri que eu só tenho coisas boas para falar, era humilde, não tinha boca para nada, até brincava que ele tinha que abrir mais a boca, se defender mais. Isso tudo nos faz ficar mais sentidos pela pessoa que ele era, pelo tempo que esteve conosco. Começou na escolinha e agora estava nas categorias de base, chegou a fazer treino esse ano com a equipe profissional. Era um guri promissor, pelo que apresentava nos treinamentos, tinha tudo para seguir a carreira de jogador profissional de futebol — afirma Zacharias.
O amigo Marlon, que estava junto no dia do afogamento, sente dificuldades em descrever o amigo, a proximidade entre eles era muito grande.
— Era um irmão para mim, toda hora feliz, brincando, resenhando. Ele era muito incrível, a gente tinha nosso trio que é eu, ele e o Matheus. Ele estava sempre apoiando nós para tudo o que precisava, tinha uma cabeça boa, um ótimo amigo, sem palavras para descrever ele — afirma.