O Nordeste gaúcho rompeu nesta quarta-feira (16) a barreira de 3 mil vidas perdidas para o coronavírus, após 456 dias desde a notificação da primeira morte – um morador de Serafina Corrêa, em 15 de abril de 2020 – e representa praticamente 10% dos óbitos em todo o Rio Grande do Sul. Desde então, já foram vividos momentos dos mais tranquilos até mais críticos, mas sempre com a estatística em crescimento, até chegar à triste marca das 3.008 vidas perdidas. A média geral é de 13 vítimas a cada 48 horas em pouco mais de um ano e três meses. Para efeitos de comparação, 17 pequenos municípios da Serra não têm mais do que 3 mil habitantes.
Na quarta, apenas quatro cidades foram responsáveis por mais 16 mortes relacionadas ao coronavírus. Caxias do Sul teve oito vítimas confirmadas, elevando o número absoluto para 1.069 óbitos, o que representa 35,5% do todo registrado entre as 65 cidades que o Pioneiro acompanha – apenas Guabiju segue sem mortes na região.
Vacaria confirmou mais seis vidas perdidas. O município tem crescimento exponencial nas últimas quatro semanas, tendo 52 vidas perdidas, o que representa quase um terço do total de vítimas relacionadas ao vírus na maior cidade dos Campos de Cima da Serra. No momento é quem vive o quadro mais crítico da pandemia, caracterizando um repique da onda que ocorreu entre março e abril. Por fim, Bento Gonçalves atingiu a marca de 296 vítimas – segunda com maiores números absolutos de mortes –, seguida de Farroupilha, que também já passou da marca centenária.
O momento ainda exige atenção. Por mais que os números mostrem uma desaceleração no aumento das mortes, as hospitalizações seguem altas. Esse é o dado que reflete diretamente nos óbitos. O inverno pode ser muito longo se a vacinação em duas doses não avançar na região.
DADOS OFICIAIS DE MAIO APONTAM REDUÇÃO
Os registros da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen-RS) em Caxias do Sul mostram o arrefecimento no crescimento de mortes por covid-19. Em maio, foram 114 óbitos relacionados à infecção.
Na comparação com os piores momentos da pandemia, os meses de março e abril, maio apresentou reduções de 66% e 39,4%, respectivamente. Só que quando esse dado é comparado a maio de 2020, quando a pandemia ainda não havia ganhado corpo e já assustava, o crescimento de mortes é de 936%.