Diante do retorno presencial às aulas, a discussão em torno da vacina contra a covid-19 para professores tende a ganhar força. Sindicatos como o dos professores de Caxias do Sul, o Sinpro Caxias, que já cobravam a imunização para a garantia de uma volta mais segura, irão intensificar o pedido. Diretor da entidade, José Carlos Monteiro diz que os profissionais estão inseguros. O entendimento é de que sem vacinação a situação é vulnerável.
— Gostaríamos que todos os professores fossem vacinados para o retorno. É muito delicada a forma como as aulas estão voltando — destaca Monteiro, acrescentando que há um acordo com o Sindicato do Ensino Privado (Sinepe) para que docentes com comorbidades não retornem agora e sejam substituídos.
Para Monteiro, o governador Eduardo Leite se apressou ao mudar o modelo de distanciamento controlado e decretar bandeira vermelha de um dia para o outro. O dirigente questiona também o motivo de Leite não priorizar os professores na vacinação e cita estados como a Bahia, que já está aplicando a primeira dose em profissionais da educação mesmo sem eles estarem no grupo prioritário definido pelo governo federal:
— Por que o governador não dá um 'canetaço'? Tenho certeza de que a sociedade entenderia.
Além disso, Monteiro acrescenta que o retorno neste momento implica em dificuldades estruturais, já que o ensino continuará remoto para as famílias que preferirem não enviar os estudantes para a escola. Segundo ele, assim será necessária a presença de monitores nas salas para auxiliar os professores.
A vacinação sempre foi também um pedido do Sindicato das Instituições Pré Escolares Particulares de Caxias do Sul (Sinpré), embora, conforme a presidente da entidade, Bruna Volpato, não seja uma condição para o retorno às atividades. De acordo com Bruna, o Sinpré, em conjunto com outras entidades, já solicitou formalmente ao governo do Estado a inclusão dos professores no grupo prioritário.
— O nosso sindicato sempre pediu a vacinação, mas nunca condicionado ao retorno às aulas — esclarece Bruna.
Conforme a presidente, houve casos de covid-19 entre profissionais, inclusive, durante o período de portas fechadas e de casos suspeitos entre crianças.
— O que prova que a escola não é o vetor da doença — defende.
Parte das escolas infantis e colégios de ensino regular de Caxias do Sul retomou as aulas presenciais nesta quarta-feira (28), após a publicação do novo decreto do governo do Estado, na terça-feira (27), que altera o modelo de distanciamento controlado e libera o retorno presencial para todos os níveis de ensino no RS.
As redes municipal e estadual da cidade planejam o retorno presencial a partir da próxima segunda-feira (3).