A Black Friday é uma das datas mais importantes para a economia, tanto para o comércio, que busca reduzir os prejuízos em meio à crise provocada pela pandemia, quanto para os consumidores, que desejam aproveitar descontos e promoções. Neste ano, a Black Friday cai na próxima sexta-feira (27), quando deve ser atingido o pico de ofertas e movimentações financeiras — especialmente pela internet.
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Segundo dados da pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias, mais da metade dos consumidores (53,06%) vai substituir a compra em loja física pela virtual no período. Embora as facilidades do mundo digital gerem mais segurança neste momento marcado pelo distanciamento social, é preciso estar atento a outros perigos trazidos pelas compras online.
— O e-commerce (comércio virtual) é uma tendência de mercado, sem volta, e foi antecipado em muitos anos pela pandemia. Com isso, as pessoas também têm que saber comprar. O golpista está de plantão, ele espera para adequar o modelo de golpe à realidade. Tivemos golpes de Imposto de Renda, agora temos de Black Friday, depois o Natal. Os golpes são sazonais. Sem contar os do dia a dia — alerta o coordenador do Procon Caxias, Dagoberto Machado dos Santos.
Santos recomenda que, ao entrarem nos sites de venda, os consumidores prestem atenção, confiram o CNPJ da empresa e verifiquem se a loja possui um endereço físico. Outra dica importante é procurar as avaliações de quem já comprou o produto e ficar de olho nos preços "baratos demais":
— Não existe almoço grátis. Quando o preço é muito diferente, é golpe. Se é muito desproporcional, abre o olho. Tem que fazer a pesquisa — recomenda Santos.
Nesse contexto, consumidores que não estão habituados às transações digitais podem ficar mais vulneráveis aos golpes. O coordenador do Procon Caxias aconselha redobrar os cuidados, dada a quantidade de denúncias desse público que chegam ao órgão:
— Aposentados e pessoas de idade, peçam a ajuda de alguém de confiança. Cuidado com ligações de telefone, com ofertas de banco e crédito fácil. Não se pode passar número de celular, nem o do cartão de crédito para terceiros. Na dúvida, liga para o Procon — diz Santos.
O coordenador também faz um apelo aos familiares dos consumidores com dificuldades para navegar na internet, para que prestem suporte e ajudem a esclarecer dúvidas, evitando que o comprador caia em golpes. O Procon Caxias presta atendimento ao público pelo número 151 ou pelo WhatsApp (54) 9.9929-8190. Denúncias também podem ser encaminhadas ao site consumidor.gov.br.
Produtos comprados pela internet podem ser trocados em até sete dias
Diferentemente do que ocorre nas lojas físicas, onde o público pode provar, sentir e conferir a qualidade do produto, na internet o direito de troca é assegurado a partir do momento em que a compra chega à casa do consumidor. De acordo com Marlova Mendes, professora na área do Direito do Consumidor, a lei garante um período de até sete dias para a troca, o chamado prazo de reflexão:
— Como nós não conseguimos ver o produto, o que faz com que possamos nos enganar quanto à qualidade desse bem, o Código de Defesa do Consumidor diz que temos um prazo de sete dias para refletir se aquela aquisição que fizemos foi correta. Nesse período, nós podemos nos arrepender daquela compra e devolvê-la ao fornecedor, sem custo nenhum — assinala a professora.
Excesso de compras pode impactar nas contas ao final do mês
Além de cuidados com os golpes durante a Black Friday, o Procon alerta sobre a importância das pesquisas de preço e os altos juros por atrasos no pagamento da fatura do cartão de crédito. Por isso, Santos explica que as famílias devem planejar as contas, levando em conta que benefícios como o auxílio emergencial podem não durar para sempre.
— A crise não parou, a gente não sabe como e quando ela vai parar. Vale se questionar: será que eu preciso mesmo desse produto? Para que eu quero, por que eu quero? Tem que pensar que, no mês seguinte, a conta vem para pagar — finaliza.