O Programa de Desligamento Voluntário (PDV) lançado pela farmácia do Ipam abriu o período de inscrições para os trabalhadores na segunda-feira (19). O processo foi lançado pela primeira vez pela em Caxias do Sul com o intuito de reduzir o efetivo de funcionários da unidade, localizada próxima à esquina das ruas Pinheiro Machado e Marechal Floriano.
A prefeitura alega que existem despesas altas com pagamento da folha dos 65 funcionários da farmácia - que ainda conta com três menores aprendizes e um estagiário -, o que interfere no custo de medicamento e aumenta o volume de despesas. No entanto, a farmácia registra lucro. No acumulado do ano, a receita é de R$ 20,7 milhões, e o lucro, de mais de R$ 288 mil. Gastos com folha de pagamento de funcionários correspondem até 25% dos custos da farmácia.
Apesar do índice positivo, o presidente do Ipam, André Wiethaus, afirma que os custos com despesas de funcionários aumentaram, a partir do fechamento gradual nos últimos anos das cinco farmácias do Ipam que existiam no município. Desde o encerramento das atividades da filial localizada na Rua Alfredo Chaves com a Os 18 do Forte, em janeiro deste ano, houve um remanejamento do efetivo de funcionários que trabalhava na estrutura para a matriz. De acordo com Wiethaus, o programa de demissões vai ajustar a farmácia às condições atuais de caixa e demanda disponível.
— Cada vez maiores são as despesas e cada vez menores são os lucros. As despesas com pessoal são ascendentes. A Farmácia do Ipam possui um número muitíssimo superior a qualquer empresa do mesmo ramo. Queremos desinchar a estrutura - ressalta Wiethaus.
Antes de ser lançado, o programa de desligamento foi apresentado pelo Ipam ao Sindicomerciários, sindicato que representa os funcionários que trabalham na farmácia.
— O acordo não possui nada de ilegal e está certo juridicamente. Eles nem precisariam de autorização, porque vai da vontade de cada um – diz o secretário-geral da entidade, Silvio Frasson.
A representante do Sindiserv no Conselho Gestor da Farmácia do Ipam, Fernanda Borkhardt, critica o posicionamento da autarquia ao lançar o programa sem diálogo com o grupo de conselheiros. Ela ressalta que, apesar do sindicato não representar os funcionários do Ipam, está protegendo o patrimônio do município ao questionar a prefeitura a respeito da existência do procedimento. Ela defende que a prefeitura tem intenção de sucatear a farmácia em Caxias do Sul.
— Estamos preocupados com o patrimônio do servidor. Temos percebido diversos movimentos do prefeito Daniel Guerra, desde o início da atual gestão, em acabar com a farmácia - destaca Fernanda.
O Conselho Gestor do Ipam discutiu o assunto em encontro realizado na manhã desta quarta-feira (19). A diretoria de Saúde do sindicato entregou à autarquia pedido de informações sobre o processo, que deve ser respondido até o final do mês de janeiro. Até o momento, nenhum funcionário se inscreveu no programa de demissões. Caxias do Sul chegou a ter quatro filiais das farmácias do Ipam: uma junto ao Centro Administrativo, no Exposição, e outras nos bairros Pioneiro, Cruzeiro e Centro.