Cerca de mil pessoas conseguiram se inscrever para concorrer às 207 vagas de trabalho oferecidas para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Caxias do Sul, que deve abrir as portas até o final de setembro. Após quatro dias de longas filas no Sine da cidade, o processo de seleção encerrou nesta quinta-feira: desde segunda-feira, quando iniciou a seleção, mais de 4 mil pessoas enfrentaram madrugadas geladas para se candidatarem a um cargo. Porém, nem todos se enquadravam nos requisitos estipulados para cada função. Ao todo, 1,2 mil senhas foram distribuídas.
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Conforme o setor de Recursos Humanos do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), empresa que irá administrar a unidade, na próxima semana terá início a escolha dos mais de 30 médicos que vão atender na UPA. A entidade ainda não montou a logística de coleta dos currículos dos profissionais, mas afirma que a seleção não será via Sine. Ou seja, os médicos interessados em trabalhar na UPA não precisarão enfrentar fila para se candidatarem às vagas. A única exigência da empresa, além, é claro, do diploma e comprovação de experiência, é a apresentação do cadastro nacional de pessoas jurídicas (CNPJ). A princípio, a seleção será feita diretamente pelo diretor do RH da entidade, Sigevaldo Santana.
Das 18 funções oferecidas, as vagas mais concorridas foram aquelas que pertencem ao setor administrativo, que contempla, por exemplo, cargos de recepcionista, higienizador, telefonista, e também aquelas que exigiam cursos de especialização, como técnico de enfermagem. Conforme o coordenador do Sine, Max Mota Rodrigues, boa parte dos profissionais inscritos nesta primeira etapa de seleção são de alta qualidade.
– Recebemos no Sine milhares de profissionais e me surpreendi com a preparação deles. Boa parte tinha cursos diversos e experiência, pontos elencados como essenciais para concorrer a uma vaga numa unidade de saúde. O IGH guardou mesmo aqueles currículos que não foram selecionados num primeiro momento. Então, a empresa ficou com um bom cadastro reserva – avalia Rodrigues.
Segundo os organizadores do processo seletivo, todas as inscrições irão passar por uma validação. O IGH, inclusive, já faz a pré-seleção dos currículos: assim que é definido qual candidato está apto para exercer determinada função, a pessoa é comunicada da escolha. A expectativa da entidade é de que até o final da próxima semana todos os funcionários efetivados sejam conhecidos. Do total de inscritos, apenas os técnicos de enfermagem e enfermeiros vão precisar fazer uma prova escrita. A atividade ocorre hoje e todos os candidatos já foram comunicados.
Forma de seleção recebeu críticas
O processo seletivo para as vagas de emprego na UPA geraram questionamentos por parte de alguns candidatos. Houve reclamações, por exemplo, quanto às mudanças de cronograma e também sobre o processo de seleção dos currículos.
O coordenador do Sine, Max Mota Rodrigues, garante que todos os currículos dos candidatos que receberam a senha foram recebidos pela agência. Sobre as mudanças no cronograma, ele diz que as alterações foram solicitadas pelo Instituto de Gestão e Humanização (IGH) por conta da demanda de atendimentos.
– Se a vaga não estava mais no sistema, a gente coletava o PIS e o currículo da pessoa e era encaminhado para o pessoal do IGH para fazer a pré-seleção. São informações e comentários infundados que circularam pelas redes sociais. Eu rechaço todo e qualquer ataque de frustrações pessoais – defende Rodrigues.
A gestora de recursos humanos Simone Miriam de Vargas Matos acredita que a primeira etapa do processo seletivo poderia ter sido feita de forma on-line para evitar que os candidatos ficassem longas horas na fila sem ao menos saber se conseguiriam entregar o currículo.
– Este tipo de vaga gera o interesse de muita gente, até pelo momento econômico que estamos vivendo hoje. Isso acaba gerando muita expectativa nos candidatos. Nesse sentido, eu acredito que poderia ser feito uma triagem pelo site primeiramente, evitando as filas. Apenas os candidatos que atendessem os pré-requisitos seriam chamados para vir até o Sine – sugere a profissional.
Rodrigues contrapõe que o primeiro contato presencial é considerado importante para a seleção.
– Muita gente questionou porque não solicitamos os currículos por e-mail, mas achamos necessário esse contato direto com a pessoa – diz.