Um crime que oscilou durante todo o ano passado voltou a subir em 2016. Em um mês, assaltos ao transporte coletivo em Caxias do Sul aumentaram 80%. Em maio, foram 27 registros contra 15 em abril. Em uma análise por ano, as ocorrências também subiram. Entre janeiro e maio de 2016, foram 71 roubos ao transporte coletivo. No mesmo período do ano passado, foram 57, um aumento de 24,5%.
Comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, o tenente-coronel Ronaldo Buss acredita que o aumento das ocorrências acompanhe o período em que determinados criminosos são postos em liberdade:
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– Observamos que, quando determinadas "figuras carimbadas" estão na rua, os assaltos a ônibus aumentam. Por dia, um indivíduo desses chega a cometer três, quatro roubos – revela.
O modo de operação é um dos fatores que dificulta o flagrante: o alvo do bandido é geralmente o caixa do ônibus. Com arma ou fazendo menção de estar armado, ele aborda o cobrador, pega o dinheiro, faz o motorista parar o veículo e foge. As quantias levadas - geralmente inferiores a R$ 100 - são usadas especialmente para a compra de entorpecentes.
No domingo, por volta de 23h, um bandido levou R$ 12 do caixa e o celular do motorista durante um assalto a um ônibus na Rua Matheo Gianella, no bairro Santa Catarina. Uma hora antes, o ataque foi na BR-116, no bairro Presidente Vargas, quando R$ 80 foram levados do caixa de outro coletivo.
Além de intensificar o patrulhamento em horários e áreas de maior incidência dos roubos, a Brigada Militar conta com uma viatura que prioriza a atuação no combate a este crime, chamada de Patrulha Transporte Seguro, que funciona há cerca de três anos.
No ano passado, quando os meses de agosto, setembro e outubro registraram, juntos, 108 ataques ao transporte coletivo, a Polícia Civil chegou a dois nomes. Os suspeitos foram presos preventivamente (e permanecem recolhidos este ano), e os resultados vieram no mês seguinte, com apenas seis casos em novembro.
Por si só, o crime de assalto contra ônibus é respondido em liberdade. Para conseguir a prisão preventiva da dupla, a Polícia Civil, a Brigada Militar e a própria Visate se articularam e traçaram estratégias. Uma delas foi o comprometimento da empresa com a colaboração dos funcionários, que compareceram à delegacia para depoimentos e identificaram a dupla. Este ano, uma investigação já aponta suspeitos.
- Estamos ouvindo os funcionários e trabalhando para ter resultados em breve - adianta a delegada Thaís Postiglione, titular do 2º Distrito Policial, que coordena as investigações.