A paralisação dos caminhoneiros já atingiu o setor de laticínios em todo o Rio Grande do Sul. Apenas na Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa, 500 mil litros de leite deixaram de ser recolhidos nas propriedades rurais na tarde desta quinta-feira. A previsão é que o prejuízo chegue a R$ 1 milhão por dia.
A medida foi tomada porque muitos caminhões vazios estão parados nos pontos de bloqueio. Os que conseguem recolher o leite nas propriedades não chegam até os postos de resfriamento. Estão sendo afetados produtores das cidades vizinhas a Paraí, Veranópolis e Espumoso.
- Não conseguimos tirar produtos da indústria há dois dias. A Santa Clara não consegue mais recolher a produção. Além de não atender o consumidor, não atendemos o associado - afirma o diretor administrativo e financeiro da Santa Clara, Alexandre Guerra.
Apenas a Serra e região Metropolitana de Porto Alegre estão recebendo produtos da Santa Clara, pois os motoristas conseguem desviar dos bloqueios. Na Serra, algumas marcas de laticínios produzidas fora da região começam a faltar. Além disso, Guerra revela que falta farelo de soja para a ração do gado.
Guerra, que também é presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat), conta que a região Noroeste do estado é a mais prejudicada. Por causa dos protestos, a indústria deixou de receber 4 milhões de litros de leite.
Produtores jogam leite fora
A Cooperativa Piá, de Nova Petrópolis, já tem produtores jogando leite fora porque não consegue recolher a produção. Também começa a preocupar a falta de ração. Um levantamento prévio do prejuízo até agora deve ser realizado ainda nesta quinta-feira.
Manifestações
Protestos de caminhoneiros geram prejuízo de R$ 1 milhão por dia na cooperativa Santa Clara, em Carlos Barbosa
Cerca de 500 mil litros de leite deixaram de ser recolhidos na tarde desta quinta-feira
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