O Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm/Sindicato) irá ingressar na Justiça como assistente de acusação no caso do homem que matou o policial Luis Antônio Medeiros de Matos e Maria Fátima de Souza, em 2011, em Caxias do Sul. Na prática, a entidade quer, com isso, buscar a anulação do julgamento de Douglas Faoro de Castro, que foi condenado a seis anos e meio de prisão no regime semiaberto pelas duas mortes e pelas tentativas de homicídio contra o delegado Marcelo Grolli e o agente da Polícia Civil Guilherme Eduardo Brenner Michael.
Castro estava preso desde a data do crime, mas agora, com a sentença do dia 19 deste mês, teve a revogação da prisão preventiva e está em liberdade. Uma nota de repúdio foi emitida na semana passada pelo sindicato. Para o presidente da entidade, Isaac Ortiz, um crime como este precisa ter como pena o regime fechado.
- Esse rapaz, esse marginal que matou o policial civil e outra moça está solto, dando risada da vida. Isso não é possível, não entendemos como isso pode ter acontecido. Estamos nos inteirando dos fatos para ver o que aconteceu, se os jurados não entenderam os quesitos. Esse júri tem de ser anulado - diz Isaac Ortiz
Douglas Faoro Castro matou Luis Antônio Medeiros de Matos e Maria Fátima de Souza quando policiais apuravam uma denúncia de tráfico de drogas. Na tarde de 7 de outubro de 2011, agentes do 3º Distrito Policial de Caxias e o delegado Marcelo Grolli foram a uma casa no bairro São José. Faoro estava em uma das peças. A mulher que morreu já estava na residência quando os policiais chegaram. O delegado foi baleado gravemente na perna e o segundo agente não chegou a ser atingido.
Conforme o promotor Rodrigo de Oliveira Vieira, em entrevista à Gaúcha Serra no dia 20, os jurados entenderam que Castro não teve a intenção de matar o agente Luis Antônio Medeiros de Matos nem Maria Fátima de Souza. A intenção era atingir o delegado, que na decisão dos jurados, foi um crime de lesão corporal, e não de tentativa de homicídio. Ele apenas foi condenado pela tentativa de homicídio contra o agente que não chegou a ser baleado. O promotor já solicitou a anulação do julgamento.
O Ugeirm/Sindicato planeja realizar um protesto dia 6 de janeiro de 2015, em Caxias do Sul.