Para deleite do visitante, a colônia está em peso na 30ª Festa da Uva. Além dos produtores e artesãos de Caxias, o parque abriga figuras do interior do Brasil que chegam a parecer exóticas, mas cuja presença é aplaudida e plenamente justificada perante o tema A Festa da Diversidade. Um dos pontos de maior procura são as dezenas de tendas do Talentos do Brasil, parceria do Sebrae com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Em cartaz no pavilhão 2, os artesãos exibem peças de renda, lã, pedrarias, sementes, fibras. Passe lá.
Colares de açaí e paxiúba
Da Amazônia, os colares de Regiane Alves Ribeiro, 29 anos, são obtidos com sementes tingidas de açaí e paxiúba, frutas do Norte. Tão interessante quanto o artesanato é conversar com Regiane: moradora de Manicoré, ela conta que, dentro da cidade, a bicicleta é o principal meio de transporte. Para chegar ao município, cercado pelas águas do Rio Madeira, só de barco ou avião. Quem se desloca à capital, Manaus, enfrenta três dias de barco.
Perfeição em renda
A técnica é simples, mas minuciosa: com agulha comum e linha muito fina, a paraibana Maria das Dores Ramos Silva, 55, cria bordados em renda renascença. Um enfeite de mesa, como o da foto, levou uma semana para ficar pronto, com seis horas de trabalho diário. Um vestido feminino curto leva seis meses. O orgulho de Maria é uma toalha de seis metros, trabalho de um ano e três meses, vendida por R$ 6,5 mil. Não é o dinheiro que leva a artesã a debruçar-se horas e dias sobre linhas e agulhas.
Festa da Uva 2014
Artesãos de outras regiões do Brasil encantam visitantes da Festa da Uva, em Caxias do Sul
Da Amazônia, colares de açaí e paxiúba chamam a atenção pela riqueza de detalhes
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