O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, encerra o ano de 2013 com um recorde na pasta. Foram mais de R$ 18 bilhões em crédito para a agricultura familiar. Para o ministro, o volume é significativo não apenas para os agricultores, mas também para a indústria, já que, deste valor, R$ 11 bilhões foram investidos em máquinas e equipamentos, o que gera emprego e renda para o setor.
Pepe, que pretende encerrar o ano com 30 mil assentamentos, deixará o ministério no mês de fevereiro e voltará à Câmara dos Deputados. Ainda não há data definida, mas este é o prazo estipulado pela presidente Dilma Rousseff. Algumas lideranças petistas, como o ex-vereador e ex-presidente municipal do PT Alfredo Tatto defendem o nome de Pepe ao Senado. O governador Tarso Genro chegou a citar Pepe como o primeiro nome na sucessão ao Piratini, numa eventual desistência dele. Mas Pepe garante que vai a federal:
_Gostaria até de concorrer ao Senado, mas a nossa posição é de que a vaga ao Senado será disponibilizada aos partidos da aliança. Nós queremos reeleger a presidente e o governador Tarso Genro, consequentemente, nós temos de abrir espaço para os aliados _ declara.
Confira um trecho da entrevista feita por telefone.
Gaúcha Serra: Qual sua avaliação de 2013? Quais os destaques no Ministério do Desenvolvimento Agrário?
Pepe Vargas: Tivemos em 2013, pela primeira vez na história, um recorde no que diz respeito ao volume de contratação do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Pela primeira vez, desde que o Plano Safra da Agricultura existe, o volume de crédito que nós anunciamos foi ultrapassado. A presidente havia autorizado R$ 18 bilhões de crédito e tinha dito que se contratasse tudo, liberaria mais recursos, e acabou tendo de liberar, porque nós conseguimos contratar R$ 18,6 bilhões em crédito para os agricultores familiares, seja para o custeio da safra agrícola, seja para investimentos na propriedade. Queria destacar o Pronaf Mais Alimentos, que é a nossa linha de investimentos e que teve um volume significativo nesses R$ 18 bilhões. Mais de R$ 11 bilhões foram investimentos, fundamentalmente em máquinas e equipamentos, o que é importante não só para a agricultura familiar, mas para a indústria. Esse grande volume de contratação está gerando emprego e renda na indústria metalmecânica e de máquinas e equipamentos. O Rio Grande do Sul é o principal produtor de máquinas e equipamentos agrícolas, e a Serra gaúcha contribui para essa produção. Outra questão importante foi o PAC Equipamentos. Nós estamos doando para todos os municípios com até 50 mil habitantes um caminhão caçamba, uma retroescavadeira e uma patrola para que as prefeituras possam cuidar das estradas vicinais.
Gaúcha Serra: A meta do ministério é fechar 2013 com 30 mil assentamentos. Quantos foram feitos até agora e como essa meta será atingida?
Pepe: Essa meta será atingida, se não atingida, vai ficar muito próximo. Na sexta-feira, o Diário Oficial da União publicou 92 decretos de desapropriação. Eu tinha dito em outubro que nós chegaríamos até o final do ano a 100 decretos de desapropriação. Com esses 92 chegamos a 100 decretos de novas áreas para desapropriação que permitirão assentar cerca de 5 mil famílias nos próximos meses.
Gaúcha Serra: A presidente Dilma deve começar a fazer a reforma ministerial em janeiro. O senhor sai ou permanece no governo?
Pepe: Ela não vai fazer a reforma em janeiro. A tendência é que os ministros que venham a concorrer a cargos eletivos saiam ao longo do mês de fevereiro. Quando voltar das férias, a presidente Dilma vai tratar do assunto. A discussão que a gente tem dentro do partido é que eu concorra nas eleições de 2014, então devo sair.
Gaúcha Serra: Algumas lideranças petistas de Caxias, como o ex-vereador e ex-presidente do PT Alfredo Tatto defendem o seu nome ao Senado. Qual é a tendência?
Pepe: Fico lisonjeado com a indicação, gostaria até de concorrer ao Senado, mas a nossa posição é de que a vaga ao Senado será disponibilizada aos partidos da aliança. Nós queremos reeleger a presidente e o governador Tarso Genro, consequentemente, nós temos de abrir espaço para os aliados. Estamos prevendo que a vaga ao Senado e a vaga de vice-governador sejam dos partidos que estão na nossa aliança. Nesse sentido, concorro a deputado federal.