Aos 55 anos, a caxiense Isabel Maciel quer resgatar um vínculo rompido há quase três décadas. Fazem 28 anos que a cuidadora de idosos não tem notícias da irmã por parte de pai Flávia Duarte Maciel. Da outra irmã, também por parte de pai, Neiva Júlia Duarte Maciel (os nomes são de solteiras), Isabel perdeu contato na mesma época, mas chegou a reencontrá-la e manter breve contato entre 1993 e 1994. Porém, uma mudança forçada de endereço, que ela prefere não lembrar, a levou para um bairro distante, fazendo com que se perdessem mais uma vez. Se já houvesse Facebook e o telefone celular fosse mais popular à época, talvez as irmãs tivessem mantido o contato. Mas nunca mais se viram.
Isabel nasceu em Santana do Livramento, mas desde criança vive na Serra. Divorciada, tem três filhos e cinco netos, mas é dessas mães que insistem em não se intrometer na vida dos filhos, por isso vive sozinha em um quarto de apartamento que aluga e divide com a proprietária. Mais do que a solidão, até certo ponto autoimposta, um sentido de dever espiritual a motivou a acender a luz no fim do túnel e procurar pelas irmãs. Diz não querer fazer sensacionalismo, como os casos que vê em programas de televisão, mas acredita que o alcance da imprensa pode ajudá-la em sua busca:
- Não as procuro por precisar de ajuda, nada disso. Apenas queria dar um abraço, saber como elas estão, poder apresentar meus filhos e netos. Como vivo muito sozinha, quem sabe ter alguém para visitar nos finais de semana - diz.
São poucas as pistas das irmãs que Isabel ajudou a cuidar enquanto eram crianças. Quando a mãe de Neiva e Isabel faleceu e o pai já as havia abandonado, Neiva foi "doada" a uma tia no bairro serrano e ainda vivia lá quando se reencontraram pela última vez. De Flávia, a caçula, Isabel sabe apenas que havia se mudado com um tio para Bom Princípio. Hoje, elas devem ter 35 e 33 anos, e a cuidadora acredita que não as reconheceria caso cruzasse com elas na rua.
- Se elas não quiserem me ver, eu respeito. Já ouvi muitas vezes que não era para ir atrás, nem meus filhos me encorajam. Mas preciso ter a consciência de que fiz minha parte. É muito ruim não ter nenhuma notícia, afinal, o mesmo sangue que corre nas minhas veias corre nas delas também - lamenta.
Às vésperas da época do ano mais propícia para que famílias se reúnam, Isabel acredita que pode ter um Natal muito mais feliz na companhia das irmãs. Ou apenas sabendo que elas estão bem.
Quem puder ajudar Isabel com informações sobre Neiva e Flávia, as irmãs que ela busca reencontrar, pode entrar em contato pelo telefone (54) 8104.0454.
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