
Uma das doenças crônicas mais comuns na infância e que, se não tratada corretamente, pode causar sérias complicações à saúde, a asma tem, nessa semana, dias de combate.
Com forte componente genético, a condição é mais frequente em crianças com histórico familiar de doenças alérgicas como rinite, dermatite atópica e a própria asma, especialmente quando presentes em parentes de primeiro grau.
Segundo a pneumologista infantil cooperada da Unimed Serra Gaúcha, Sintia Gabriela Collaziol Maffei, o diagnóstico da asma nem sempre é imediato, mas os sinais costumam se tornar mais perceptíveis entre os dois e três anos de idade.
— Os principais sintomas são crises de tosse, chiado no peito, secreção e, em casos mais graves, esforço para respirar. Esses sintomas impactam diretamente na rotina das crianças, prejudicando o sono, o desempenho escolar e a prática de atividades físicas — explica.
Embora a predisposição genética tenha um papel importante, fatores ambientais também influenciam no surgimento da doença. Crianças expostas a poeira, mofo, fumaça de cigarro, ambientes pouco higienizados ou com mudanças bruscas de temperatura podem desenvolver quadros recorrentes de asma, agravando a doença.
— Para quem já tem diagnóstico de asma, os cuidados com o ambiente são indispensáveis: evitar bichos de pelúcia, cobertores peludos, produtos de limpeza com cheiro forte, exposição à fumaça e manter a casa sempre limpa e arejada são atitudes que fazem a diferença. Além disso, é preciso proteger as crianças contra vírus respiratórios e manter a vacinação em dia — acrescenta a pneumologista.
Do diagnóstico ao tratamento
O diagnóstico da asma, especialmente em crianças menores de cinco anos, é clínico, ou seja, depende da avaliação médica com base no histórico familiar, frequência dos sintomas e resposta aos tratamentos:
— O diagnóstico não depende de um exame específico, principalmente abaixo dos cinco anos de idade. Por isso, é fundamental uma escuta atenta da queixa dos pais, observando sintomas como tosse persistente, chiado no peito e falta de ar.
A prática de atividade física, muitas vezes vista com receio por pais de crianças asmáticas, deve ser recomendada e ajuda no tratamento.
— Desde que a asma esteja controlada, o exercício físico melhora o condicionamento pulmonar, a autoestima e contribui com o tratamento preventivo. O que não se recomenda é praticar atividade durante uma crise — finaliza a médica.