A Rua Jacó Brunetta, em Caxias, foi um dos pontos que se tornou intrafegável depois da chuvarada do final da tarde deste sábado. O morador Egidio Pasquali, 64 anos, teve ajuda de Anderson Remoaldo Kaspary, 24, dono de uma floricultura, para trancar a rua por alguns minutos, por volta das 17h30min. Eles colocaram dois contêineres de lixo no meio da Jacó Brunetta para chamar atenção dos carros que trafegavam por ali.
Os dois contam que não é necessário muita chuva para os alagamentos começarem.
- A cada pancada de chuva isso acontece. Com 20 minutos já alaga tudo - disse Kaspary.
A rua passou por uma demorada obra recentemente e os moradores acompanharam tudo de perto acreditando na solução do problema. Mas, de acordo com eles, só piorou:
- Agora com o asfalto piorou muito. Tivemos que fazer isso (trancar a rua) aqui para chamar atenção hoje - argumentou Pasquali que, assim como os vizinhos, já teve alguns pertences danificados nos constantes alagamentos.
A garagem da casa de Adelir Bállico, 58, também estava debaixo de água. Com a passagem de alguns carros - que depois de cerca de 15 minutos furaram a "barreira" feita pelos moradores -, a água se movimentava e molhava ainda mais alto.
- O piso está se soltando e as paredes não têm mais pintura - reclamou ele.
O secretário de Obras e Serviços Públicos Adiló Didomênico explica que, de acordo com o projeto da obra feita recentemente na via, o encanamento seria suficiente para dar vasão a água. Porém, depois verificou-se que isso não era verdade.
- A rede é insuficiente para aquele volume de água. Estamos trabalhando num outro projeto para construir uma nova rede ali. Mas não é uma obra simples, o encanamento passa por dentro de terrenos particulares.
Outro ponto que costuma alagar constantemente é a Rua Remo Gianella, próximo à igreja do bairro Santa Lúcia. Ali, pelo menos três casas sofrem com a água a cada vez que chove forte.
- Ali havia um projeto para direcionar a água para a direção da Ceasa, mas eu não o aprovei porque a água iria passar pelos bairros Vale Verde, Reolon, que já têm riscos de alagamentos. Acredito que a água tem que ser desviada para a direção do Tega, mas é uma obra cara e estamos aguardando financiamento federal - explicou Didomênico.
Conforme o secretário, outras vias que alagaram com a chuva foram a Rua Matheo Gianella (próximo ao Mercado Forlin), a Pio XII (próximo à Avenida Rossetti e Rua Angelo Chiarello), e um ponto de baixada do bairro Floresta.
- Solução hoje é garantir o afastamento mínimo de seis metros das margens dos córregos e investir nos tanques de contenção e piscinões, que acumulam o excedente das galerias - diz Didomênico.
