A programação de bate-papos da Feira do Livro de Caxias do Sul de 2013 foi aberta no final deste sábado com a presença de um dos maiores nomes da literatura portuguesa. Gonçalo M. Tavares, 43 anos, falou ao público às 19h no auditório da feira. A agenda dele também contemplou a oficina Escrita, Linguagem e Imaginação: Modernidade e Tradição na Literatura, ministrada durante a parte da tarde e prestigiada com o número máximo de participantes.
Em sua primeira passagem por Caxias do Sul, ele elogiou a Feira do Livro e falou da importância deste tipo de evento na carreira de um escritor. ""O escritor é muito sozinho, somos extremamente solitários. Feiras assim fazem com que vejamos gente, conversamos, vejamos o teatro, a música. Essa feira do livro é a maior reunião da cultura"", avaliou. Veja abaixo um trecho da entrevista com o escritor angolano, radicado em Portugal.
Pioneiro: O teu hábito de ler é tão regrado quanto tua produção literária?
Gonçalo: Sim. Existem horários para todas as atividades do dia. Diariamente, das 8h às 13h, antes de escrever, eu leio muito. Todos os dias eu devoro os livros e costumo misturar obras, enriquecendo a escrita e estimulando minha literatura.
Pioneiro: Há influência da literatura brasileira nos teus livros?
Gonçalo: Não, dificilmente chegam livros brasileiros até mim. Se precisasse citar algum nome de forte influência, seria certamente Clarice Lispector. A literatura brasileira é forte, é distinta, mas não conheço tanto assim dela.
Pioneiro: Como é trabalhar com a responsabilidade de ser indicado e elogiado por José Saramago?
Gonçalo: Uma honra enorme ter sido lembrado por ele e por ter dito o que disse de mim. Uma das coisas mais importantes para um escritor é ter quem o indique, quem o avalie de forma positiva. Tive a sorte dele fazer isso comigo. Foi a coisa mais bonita da minha carreira.
Pioneiro: Teus livros lançados em 2001 foram escritos muitos anos antes e estavam lá, guardados. Há ainda obras esperando para serem publicadas?
Gonçalo: Certamente. Várias, inúmeras. O número de livros à espera de publicação é maior que o número de obras publicadas por mim.
Leia mais na edição impressa do Pioneiro da segunda-feira.