Enquanto município e estado não definem quem irá administrar o prédio da antiga Metalúrgica Abramo Eberle S.A., a Maesa, a Comissão Pró-Tombamento da Maesa/Fábrica 2 se mobiliza para garantir que o imóvel seja preservado.
Para chamar a atenção da população, um ato público intitulado "Maesa Cultural "está marcado para as 10h de sábado, em frente ao prédio. Mateada, tribuna livre a apresentações artísticas e culturais estão previstas para o encontro. Construído em 1948 e repassado à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) em 2010 como forma de quitar dívidas da empresa Mundial S.A., então proprietária, atualmente o prédio está alugado para o Grupo Voges, que tem acordo para permanecer até o fim de 2014.
No entanto, a administração municipal busca estabelecer uma parceria com a PGE para ocupar a área de 54 mil metros quadrados e oferecer serviços à comunidade. Entre as principais hipóteses para uso está a construção de um mercado público, vista com bons olhos tanto pela Prefeitura quanto pela Câmara de Vereadores.
Embora a PGE já tenha manifestado intenção de negociar, o principal entrave é a forma como a transferência seria feita. O prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) afirma que o município não dispõe de recursos para adquirir todo o complexo (avaliado em R$ 150 milhões) e que pretende fazer uma composição com a PGE para definir uma parceria em que as partes pudessem dividir a administração.
Mesmo sem depender do desfecho das negociações, a indefinição atrasa o tombamento do imóvel. Já autorizado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Municipal (Compahc), o processo aguarda pelo aval de Alceu, que prefere não assinar enquanto a parceria não estiver definida. A demora na elaboração da proposta incomoda a deputada estadual Marisa Formolo (PT), que intermedeia as negociações entre estado e município.
- O Estado esta à espera para resolver esta questão. Tanto o secretário de administração quando o procurador-geral estão disponíveis para negociar, mas para isso falta saber o que Caxias do Sul quer. Que parte a prefeitura quer assumir, que tipo de parceria está disposta a fazer - observa.
Segundo o vereador Jaison Barbosa (PDT), que lidera o grupo pró-tombamento, a demora pode ser perigosa, principalmente se o prédio ficar desocupado após a saída do Grupo Voges. Ainda que a prefeitura confie que o Estado não irá vender o imóvel para a iniciativa privada, o vereador não tem essa certeza.
- Quando um grande prédio fica sem uso, na maioria dos casos o mercado acaba absorvendo. Num país onde as coisas são feitas no apagar das luzes, é nosso dever ter essa preocupação - argumenta.
Patrimônio
Ato público no sábado irá cobrar definições para o futuro da Maesa/Fábrica 2, em Caxias do Sul
Mobilização é liderada pelo vereador Jaison Barbosa (PDT)
GZH faz parte do The Trust Project