Cinco anos após a inauguração, o Memorial aos Irmãos Bertussi, em São Jorge da Mulada, no distrito de Criúva, interior de Caxias, carece de mais atenção. O obelisco branco encontra-se sujo e com pequenas rachaduras. A base das estátuas apresenta diversas infiltrações. Os letreiros estão enferrujados e o pingo do "i" da palavra Bertussi caiu. A entrada do estacionamento é de terra, o que deve ser uma perturbação quando chove. As inscrições da lápide em homenagem a Honeyde Bertussi se apagaram. Os banheiros encontram-se trancados e com as maçanetas quebradas.
O memorial, inaugurado em 27 de abril de 2008, é uma homenagem aos irmãos Honeyde e Adelar Bertussi, dupla de acordeonistas nascidos na região e famosos em todo o Brasil. Fica ao lado da residência da família, onde funciona um museu. O acesso ao memorial é público. Para visitar a casa, ela está aberta às sextas, sábados e domingos. Nos demais dias, a vizinhança percebe o movimento e toma as providências para abri-la ao visitante.
O passeio até São Jorge da Mulada escapa da Caxias urbana e, em um asfalto praticamente novo, atravessa as belezas naturais do interior. O Memorial surge imponente em uma paisagem tranquila, onde o silêncio só é quebrado por sons naturais da fauna e da pecuária, e relata, em painéis temáticos de vidro temperado, a trajetória da dupla tradicionalista gaúcha.
Os mais sortudos podem encontrar a simpática figura do próprio Adelar Bertussi, 80 anos, e escutar seus "causos", de quem andou por todo o Brasil espalhando a cultura tradicionalista. O histórico acordeonista hoje mora em Curitiba. Mas, quando pode, retorna a sua terra. Ele também faz o alerta sobre o memorial:
- Podia estar melhor cuidado. Precisa de pintura e os banheiros estão abandonados. De noite, apenas aquela luz lá de cima está acendendo. Na última vez que falei com o Alceu (Barbosa Velho, prefeito de Caxias), ele me disse que estava afogado (em tarefas), mas iria destinar um homem (responsável) pra cá.
5 anos depois
Tempo desgasta Memorial dos Bertussi, em São Jorge da Mulada, em Caxias
Pequenas rachaduras, infiltrações, ferrugem e falta de pintura estão entre os problemas
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