O adiamento de quatro partidas da Série C 2024 não fez apenas os atletas do Caxias perderem ritmo de jogo. O emocional de muitos deles ficou abalado pelo momento vivido pelo Rio Grande do Sul com as enchentes. E para uma das lideranças do elenco de Argel, o zagueiro Dirceu, os últimos dias não foram tão simples.
— Não é tão simples porque ficamos em meio a todas essas emoções. Não estamos de fora de tudo isso que infelizmente estamos passando. Em paralelo a isso tem que se trabalhar, tem que estar preparado, porque o futebol não parou e, a qualquer momento, agora já com algumas datas meio que definidas, a gente sabe que vai voltar —afirmou o defensor em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
Dirceu ainda complementou sobre a importância do elenco trabalhar a parte psicológica, para que volte focado à disputa da Série C.
— Eu acredito, pelo que eu vivi, pelas minhas experiências, que o fato de estar ajudando as pessoas desabrigadas, independente da maneira, mas no seu melhor, isso dá uma "tranquilidade", do tipo, estou fazendo a minha parte, sabe? Não posso deixar de trabalhar porque todos nós temos um pão a servir em casa, temos responsabilidades, mas em contrapartida, também temos um pouquinho, cada um no seu quadrado, que ajudar, a se solidarizar. A tal da empatia que se faz presente tanto nesse momento.
O zagueiro ainda enalteceu a estrutura do clube, uma vez que já são mais de três semanas de trabalhos diários.
— Nós não deixamos de trabalhar, porque, graças a Deus, o espaço físico do Caxias não foi muito afetado. Então nós, nesse período todo, tivemos ali, acho que, se não me engano, quatro ou cinco treinamentos que foram numa quadra fechada e nos outros, conseguimos usar o gramado — apontou.
Volta da Série C
O Caxias tem jogo marcado pela competição nacional apenas no dia 2 de junho, diante do Figueirense, no Estádio Centenário. Mas o presidente Mario Werlang revelou em entrevista ao Pioneiro que a CBF trabalha para que um dos jogos adiados aconteça na próxima semana. Na manhã desta Dirceu comentou se a responsabilidade do Grená em fazer uma boa campanha diminuiu após a tragédia climática que fez a competição parar para os clubes gaúchos.
— Quanto mais tempo ficarmos parados, mais aumenta a nossa responsabilidade, porque, obviamente, num prazo menor, mais curto, nós teremos que efetuar esses jogos, mas a gente não vê a hora de voltar, sem deixar em segundo plano isso tudo que nós estamos passando. Acho que essa responsabilidade nossa de ajudar se faz presente em todo momento, mas a nossa também de atuar, de representar a camisa, as cores do Caxias dentro de campo também — declarou o zagueiro, que finalizou:
— Acho que nós podemos usar como bengala, como desculpa, e nos fazermos de vítimas. Ou a gente pode regaçar as mangas e falar: "Já foi, vamos enfrentar quem tiver que vir". Se tiver jogos na quarta, no domingo, cinco, seis, sete seguidos, nós vamos fazer. Não é a primeira vez na vida de ninguém que nós vamos encarar isso daí. Então vai muito de onde você põe a sua energia e canaliza para que as coisas venham a acontecer da melhor maneira possível.