Nenê virou um cidadão do mundo. O jogador do Juventude já atuou por clubes como PSG e Monaco, ambos da França, e Espanyol, Celta de Vigo, Mallorca e Allavés, todos da Espanha. No mundo árabe também tem passaporte livre, pois defendeu o Al-Gharafa. No Brasil, Nenê é um dos jogadores mais queridos dos torcedores por onde atuou. Em Caxias do Sul não é diferente. Na última quinta-feira (22), o atleta foi o convidado especial do programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
Craque em campo e fora dele, Anderson Luiz de Carvalho, o Nenê, esbanjou simpatia no ar e fora do microfone. Ele abordou diversos temas e não fugiu de nenhuma pergunta. O apelido ele ganhou quando ainda era criança, pois era o mais magrinho da turma do bairro e vivia reclamando das faltas nos jogos com a sua turma.
— Quando eu era criança, no meu bairro era o menorzinho e o mais magrinho. Era só o pó da gaita. A camiseta ficava muito grande. Era falta e falta, daí falavam que eu era muito chorão parecia um Nenê. Daí o apelido ficou. Anderson já tinham alguns e Nenê não tinha muitos no futebol e era mais prático, gostava bastante também — contou.
DETENÇÃO NO CEARÁ
O jogador não esteve em campo no jogo do acesso à Série A do Juventude, pois estava lesionado. Ele acompanhou a partida contra o Ceará, pela última rodada da Série B, em um camarote no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza. Na ocasião, o Juventude venceu de virada por 3 a 1. Em um dos gols, o jogador comemorou de forma efusiva e, sem querer, quebrou um vidro. Os estilhaços atingiram pessoas que estavam sentadas nas cadeiras. O fato gerou uma confusão e o atleta acabou detido pela polícia. Ele foi levado para delegacia, prestou depoimento e pagou uma fiança para ser liberado.
— Ficamos em uma sala, teve o depoimento de todo mundo, acabei liberado. Fiquei muito mal neste dia. Nunca tinha acontecido, nunca tinha ido para polícia. Depois que falei com os maridos das esposas e resolvido tudo é que fiquei em paz. Fui comemorar (o acesso) só aqui em Caxias, quando cheguei na festa — declarou.
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RENOVAÇÃO COM JU
— O motivo foi um conjunto de fatores. A maneia como foi recebido, o carinho que tenho de todo mundo, a identificação que criei tão rapidamente com os torcedores, a cidade e por ter conquistado o acesso, que quando cheguei estava em um momento muito complicado. Muita gente imaginava se íamos seguir na Série B. Então foi um conjunto. A lesão foi um acidente, questão de osso. Puder ajudar na temporada. Com os objetivos cumpridos eu vi que poderia ainda ajudar. Todos da cidade com um carinho e o pedido dos torcedores, tudo isso fez que eu jogasse mais um ano.
SÉRIE A
— É muito gratificante de poder jogar a Série A com Juventude, vendo a felicidade da torcida. A motivação que eles tem de ver um grande jogo com grandes clubes. É uma motivação de continuar fazer o que fiz ano passado, se possível melhor. Me anima muito esse momento de estar contribuindo para seguir dando alegria.
QUASE DESISTIU NO COMEÇO DA CARRIERA
— Foi antes de me tornar profissional. Moleque, estava meio perdido, não estava fazendo as coisas direito. Mas recebi um convite de um amigo meu, Fábio Gomes, para ir na igreja, tomando o caminho certo. Fiz a estreia no principal muito rápido, estava para ser mandado embora. O meu ex-empresário falou que eu estava fazendo muita festa. Peguei isso pra mim e meio que disse não queria que isso acontecesse. O sonho era jogar futebol. Tinha o técnico Ferreirão, estava saindo do time titular, na reserva, e se eu continuasse na farra iam me mandar embora. Daí num treino arrebentei, e ele me levou para concentração e fiz dois gols, melhor campo e depois mais dois gols no jogo seguinte. Então, fazendo as coisas certinhas Deus abençoa.
SELEÇÃO BRASILEIRA
— Poderia ter jogado na principal, mas na minha época só tinha cara fraco né (risos). Ronaldinho e Kaká na melhor forma. Na minha posição estava difícil. Teve algumas situações para eu ser convocado, mas acabava não indo, porque não estava na pré-lista. Fiquei sempre naquela. Mas faz parte, eu sou muito feliz com tudo, mas era algo que poderia ter acontecido.