Uma ideia que nasceu dentro do comitê gestor do departamento de futebol do Juventude foi colocada em prática. Na aclamação do presidente Fábio Pizzamiglio, uma novidade foi anunciada. O Juventude criou a vice-presidência das categorias de base. O nome escolhido para a função é de Jones Biglia, que integrava o comitê junto com Almir Adami e Luís Carlos Bianchi.
— Essa ideia começou lá atrás quando formamos o comitê com Adami, Bianchi e eu. Sugeri o retorno do Fernando Rech que já tinha trabalhado comigo. Passamos dois anos na Série A e tivemos somente uma venda, o Sorriso. O atleta foi capitado em 2016 e se desenvolveu no clube. Observamos que temos uma marca forte, bons profissionais, mas em termos de rentabilizar não está adequado. Fizemos um trabalho com várias mãos — comentou Biglia ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
Algumas mudanças na estrutura da base foram feitas após a criação da vice-presidência. O técnico do sub-20 é Adaílton Bolzan, a preparação física está a cargo de Elbio dos Santos e Márcio Angonese também retorna ao clube na função de preparador de goleiros da categoria. A ideia é aproximar o sub-20 do profissional para o atleta chegar cada vez mais pronto.
— A nossa ideia é que o sub-20 fique muito mais perto do profissional no ponto de vista técnico e físico. Para quando chegar no profissional estiver pronto. Não temos tempo para adaptar quando o atleta chega ao profissional. Por exemplo, o Palmeiras espelha até horário de treino, o sub-20 treina no mesmo horário do profissional e acontece do Abel puxar algum — explicou Biglia.
ESTRUTURAÇÃO E META OUSADA
Com a criação da vice-presidência, o Juventude terá um orçamento separado e uma estrutura específica da base. Antes, o executivo de futebol do profissional ficava sobrecarregado com algumas funções. Com Jones Biglia na pasta, ele deixa o comitê gestor do futebol. O executivo da base será Fernando Rech e o coordenador técnico Plein. A equipe terá ainda um captador de jovens talentos e um coordenador administrativo, além de equipes de apoio.
O novo vice-presidente da base tem uma meta. Biglia quer ver mais atletas da base no profissional. Em 2023, o Juventude teve alguns jogadores que flutuavam entre a base e o profissional, como o lateral Da Rocha, o zagueiro Abner e o volante Gheringe. A presença fixa ficou por conta do atacante Ruan. O clube vislumbra até 11 atletas da base no profissional em um futuro próximo.
— Acho que o clube tem o enfoque de quem se conseguir colocar 10 a 11 atletas em um grupo de 30, vamos ter um retorno técnico, maturação e melhor venda. E gasta menos no profissional. Sobre para elevar o nível daqueles que vão ser contratados. Este ano tivemos algumas negociações com dificuldade de caixa. Vieram atletas sem custos, como Thiago Couto, Bolt e Daniel Cruz — afirmou Biglia, que completou:
— Esse número de 11 é um sonho. Mas tivemos momentos no clube, como em 2002, quando tínhamos cinco ou seis titulares, não era só no grupo daquela equipe que fez uma grande campanha com Ricardo Gomes. Era uma equipe formada por atletas da base e titulares, já sem a Parmalat. Por que não repetir isso?