O que deu aí? A frase do presidente do Caxias, Mário Werlang, ao analista Daniel Teshima era a mesma pergunta que o Estádio Abadião se fazia antes da decisão por pênaltis. Após o empate em 0 a 0 com o Ceilândia, a classificação Grená foi decidida na marca da cal. Contudo, as cobranças demoraram mais de 15 minutos. O motivo era muito justificável. Faltava a câmera da linha de fundo para ver se a bola entrou ou não.
Cada segundo de agonia valeu, pois o Caxias precisou da câmera no pênalti de Marcão. A bola explodiu no travessão e quicou dentro, mas o bandeira não confirmou. O Árbitro de Vídeo (VAR) foi quem deu o gol Grená. Depois do jogo, o presidente do Caxias agradeceu o uso da tecnologia em entrevista à Gaúcha Serra.
- Só tenho que agradecer a CBF e ao presidente Luciano Hocsman da Federação. Hoje é o exemplo, se não tivesse o VAR não sei se tinham anulado o gol, estava bem impedido jogador do Ceilândia, mas a gente nunca sabe. A CBF está dando as condições de ser uma disputa justa e queremos subir com justiça. Isso está acontecendo - declarou Mário.
O Caxias não encontrou o deserto prometido pelo Ceilândia. Inclusive, o árbitro Emerson de Andrade apitou e o céu nublou. Parecia obra do destino, a vaga não tinha como fugir.
O zagueiro Euller, do time dos Distrito Federal, escapou de ser expulso pela bondade do árbitro nos 90 minutos. O apito o livrou da condenação do vermelho, mas a bola o puniu. Ele errou o pênalti do Ceilândia na série normal.
Joãozinho também deu a dose extra de emoção ao perder o último. Entretanto, nas alternadas Fabian Volpi brilhou com uma defesa e coube ao zagueiro Fernando colocar o Grená nas quartas de final pelo terceiro ano seguido. A festa tomou o campo e a arquibancada, o presidente Grená Mário Werlang, o executivo Newton Drummond e o presidente da Federação Gaúcha de Futebol Luciano Hocsman se abraçavam.
O silêncio tomou conta do estádio Abadião, igual ao deserto, apenas isso que se viu de semelhança na tarde de sábado. O som da festa do vestiário Grená era possível de se ouvir do setor destinado aos jornalistas.
Antes do mata-mata começar, a direção do Caxias havia combinado com os atletas que haveria o tradicional "bicho", a premiação em dinheiro por metas, apenas em vitórias na fase eliminatória. Contudo, o presidente deu a sua palavra ao elenco que chegando aos confrontos do acesso, a premiação seria paga, apesar dos empates. Ao final, com bicho no bolso, a "tarde árabe" prometida pelo Ceilândia acabou com festa regada a uva e vinho.