Assim como em nossas vidas, o futebol proporciona muitos altos e baixos. Os atletas conhecem muito bem a definição de momentos efêmeros. Hoje, ele pode ser reserva e criticado. Amanhã, ser o titular incontestável e destaque da equipe. Em um ambiente de cobranças diárias, o jogador precisa saber suportar as adversidades e se adaptar em situações difíceis. E, no Caxias, finalista do Campeonato Gaúcho, existe um exemplo perfeito dessa resiliência.
O volante Marlon, 25 anos, está na sua terceira temporada no clube. O jogador chegou em 2021, por indicação do técnico Rafael Lacerda. Natural de Santiago, teve o começo no futsal. Até os 12 anos atuou nas quadras e depois migrou para os campos no clube da cidade, o Cruzeiro. O primeiro clube fora da sua localidade foi o Inter-SM. Em seguida, foi para Santa Catarina defender o Concórdia. Também atuou pelo Camboriú e voltou para o Rio Grande do Sul no Passo Fundo e no Glória. Antes de vir para o Caxias, estava no Camboriú.
Agora, vive um momento de afirmação no Caxias. Dos 13 jogos do time grená no Campeonato Gaúcho, o meio-campista foi titular em 11. Tudo isso, após um golpe duríssimo que interrompeu sua ascensão. Na temporada passada, Marlon fraturou o tornozelo na partida contra o Azuriz, no dia 16 de outubro, pela última rodada da fase de grupos da Série D do Brasileiro. Com isso, perdeu a fase decisiva da competição. Seis meses depois, vira peça importante do meio-campo grená, finalista do Estadual e pode marcar seu nome na história do Caxias e do Gauchão.
— Vivo meu melhor momento, depois do meu pior. Ano passado tive uma fratura, passei por uma cirurgia e fiquei seis meses afastado. Fico muito feliz em ter voltado bem nesse Gauchão para ajudar a equipe. Vivo um momento feliz com a minha primeira final de Gauchão. Se a gente sair campeão, muda a vida de todo mundo — afirmou Marlon, em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
Resiliência é a resistência à adversidade e às dificuldades impostas. É um termo usado em diversas áreas e se encaixa muito bem na situação de Marlon. Em um curto espaço de tempo, a incerteza e a mistura de sentimentos. Da tristeza pela lesão no tornozelo até chegar a felicidade de voltar bem ao time grená e chegar à decisão do Gauchão.
Vivo meu melhor momento, depois do meu pior. Ano passado tive uma fratura, passei por uma cirurgia e fiquei seis meses afastado.
— Se eu disser que eu imaginava tudo isso, eu estaria mentido. Foi tudo muito rápido. Saí de uma lesão e agora disputar uma final de Gauchão é algo grande. O Caxias proporciona isso, porque é um clube grande. Quando vim para o Caxias sabia que estaria me incluindo nesses momentos importantes — comentou Marlon, que completou:
— Passa muita coisa na cabeça. Com o apoio de nossos familiares, da torcida e todo mundo que esteve comigo. Foram poucos momentos que tive incerteza, porque sempre procurei dar meu máximo na recuperação. Foi o que aconteceu e eu voltei até um pouco antes do esperado. Então, pude voltar na pré-temporada e acredito que tenho feito um grande Gauchão.
Marlon tornou-se titular durante a campanha do Caxias na primeira fase. Tanto que na estreia da competição, contra o Grêmio, ele não começou como titular. A dupla de volantes teve Moacir e Marciel. O técnico Thiago Carvalho conseguiu uma evolução da equipe e Marlon virou protagonista no meio-campo.
— Evoluímos muitas coisas. O time está mais entrosado. Era uma estreia e pegamos o Grêmio. Mesmo assim, fizemos um bom jogo e poderíamos ter saído pelo menos com o empate. O Suárez acabou fazendo aquele gol no final. Nossa equipe está mais encorpada e entrosada. Pegamos o jeito que o Thiago Carvalho gosta de jogar — analisou o volante grená.
MEIO-CAMPO ALTERADO
Desde o ano passado, o Caxias passou por uma reformulação intensa para a atual temporada. No clube, ficaram poucos atletas. No meio-campo, somente Marlon.
— Foi um cara que me ajudou bastante desde que chegou ao Caxias. Acredito que isso ajudou muito. O meio-campo mudou bastante e a gente se acertou bem. Estamos sempre procurando evoluir. Taticamente, eu aprendi bastante com o Thiago — avaliou Marlon.
Para o primeiro jogo da final, o Caxias também mudará no meio-campo. Sem Vini Guedes e Marciel suspensos, Marlon deverá atuar com Moacir.
— O Thiago Carvalho sempre proporcionou isso nos treinamentos. Trenei com todos os volantes e isso não é dificuldade nenhuma. O Moacir é um excelente jogador, que passou por grandes clubes. Ele me ajudou muito aqui no Caxias como um primeiro volante. Estamos bem entrosados — finalizou.