O goleiro Bruno Ferreira, 29 anos, viveu um momento difícil na temporada de 2022. Reserva do Náutico, clube que o revelou e onde ficou por 10 anos, viu o time ser rebaixado à Série C do Brasileirão. Após ser destaque do Timbu em 2018 e 2019, com uma sequência superior a 30 partidas, ele vivenciou um cenário adverso. Assim como cantava a madrinha do samba, Beth Carvalho, ele reconheceu a queda e não desanimou. Levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima. Agora, o goleiro do Caxias aparece na lista da seleção da primeira fase do Gauchão de GZH.
— A minha esposa até me mostrou um link que eu era o goleiro da seleção e o restante do time era tudo do Grêmio ou do Inter. Fico feliz, foi muito difícil ficar sem jogar. É uma volta por cima que eu tive. É aproveitar o momento e, se Deus quiser, fazer um bom jogo contra o Inter — declarou Bruno.
Em 2020 e 2021, o jogador foi emprestado para Gil Vicente e Vilafranquense, de Portugal, sem conseguir atuar. No retorno ao Timbú, não recuperou a condição de titular.
— Nossa vida é bastante difícil. Podemos fazer cinco defesas no jogo, mas se tornar um gol mais ou menos fica preocupado, ansioso. Goleiro tem que ter cabeça muito boa. É uma posição muito complicada, de muita responsabilidade. Mas era isso que eu esperava — comentou o camisa 1.
Ao longo do Gauchão, o técnico Thiago Carvalho modificou o time em quase todas as posições. Apenas um lugar não teve alteração nas 11 partidas do Estadual. No gol, Bruno sempre foi titular. Com 1m97cm de altura, o camisa 1 tem ainda a vantagem de sair jogando com os pés, característica que o treinador gosta.
— O Thiago não mexeu no gol, até porque goleiro precisa de ritmo, de jogos. Eu estava um bom tempo sem ter uma regularidade. Então, foi bastante importante. Me olhando no campeonato, acho que fui bastante regular, consegui contribuir com defesas importantes. Então, está sendo um bom campeonato e agradeço tudo isso. É fruto de um trabalho, a pré-temporada foi bem forte e difícil — enfatizou.
PRIMEIRO GAUCHÃO E O INTER
Após 10 anos dentro do Estádio dos Aflitos, Bruno aprimorou a saída com os pés em Portugal. Depois da passagem pela terra do pastel de Santa Clara, ele chegou à terra da Uva. Bruno conta sobre a percepção do futebol gaúcho:
— É muita briga por segunda bola, muita bola parada, muita disputa e poucos times que propõem o jogo. É mais ou menos isso que eu imaginava mesmo, e está sendo um bom campeonato para nós. Nosso time gosta de ficar com a bola e pega bastante time que faz ligação direta. Muitos jogos a gente teve vantagem por isso.
Contra o Inter, Bruno quer um time com bastante atenção em campo. O grená vem de dois jogos sem sofrer gols, diante de Ypiranga e Avenida. O técnico Thiago Carvalho tem conversando bastante com o grupo para tirar os espaços dos adversários. Quanto ao colorado, de Mano Menezes, Bruno terá de cuidar de um atleta em especial. Pedro Henrique é o goleador do Gauchão, com oito gols.
— A gente tem que ter total atenção, principalmente nos jogadores da frente do Inter, que são muito rápidos, se movimentam bastante. O Everson (preparador de goleiros) sempre passa os lances e tenta fazer no treino o que pode acontecer no jogo. Então, a agente vai se preparar bem para fazer um bom jogo — disse Bruno.