A cera no futebol não é exclusividade de uma equipe ou de um Estado. A todo momento, nos mais diferentes gramados do país, o tema volta a ocupar o centro das discussões da mídia e de torcedores. Na semana passada, o episódio mais recente envolveu o jogo da segunda rodada do Campeonato Gaúcho entre Grêmio e Brasil-Pel, na Arena.
Após ter um jogador expulso, no começo do segundo tempo, os jogadores do time Xavante, em especial o goleiro Marcelo Pitol, abusaram do recurso para retardar o jogo. A atitude da equipe de Pelotas gerou reclamações do técnico Renato Portaluppi que pediu que a imprensa ocupasse seu tempo para debater este assunto.
No domingo (29), foi a vez do Caxias reclamar da arbitragem. Apesar da vitória, por 2 a 1, sobre o Aimoré, o diretor executivo da equipe grená, Marcelo Segurado, não gostou da atitude do árbitro Eduardo Fernando Bastos durante o jogo.
— Eu vi uma entrevista do Renato (Portaluppi) e concordo. Temos que valorizar o Campeonato Gaúcho. Não pode ter esse tanto de tempo parado, por ficar segurando jogo, não querer jogar. O Gauchão é muito forte pra essa coisa tão pequena de não querer jogar. Vamos jogar, vamos pra cima. Tem hora que faz parte, mas não o tempo todo — aponta Segurado.
Para o diretor grená, a cera dos jogadores da equipe de São Leopoldo, principalmente do goleiro William, deveria ter sido coibida pelo árbitro.
— Foi visível até mais do que no jogo contra o São José. Antes de começar, o árbitro fez pressão no meu goleiro Bruno, falando sobre retardar jogo, sendo que não vi em nenhum dos dois jogos passados ele fazer isso. O árbitro devia tomar atitude pela cera dos jogadores, o goleiro caiu parecia que ia ter um derrame e não levantava nunca, retardou o jogo. O árbitro não tomou nenhuma atitude. Queria saber também porque o quarto árbitro está ficando atrás do gol do Caxias. Contra o São José foi a mesma coisa. A arbitragem complicou o jogo — disparou o executivo.
Diante do Aimoré, sete atletas grenás receberam cartão, sendo um deles o vermelho que tirou o volante Marlon da partida. A equipe de São Leopoldo também recebeu um número elevado de advertências. Foram nove cartões, um deles o vermelho de Velasco, no final.
— O que me preocupa é essa quantidade de cartão que os juízes estão dando. Eles têm que vir preparados para arbitrar e não só ficar simplesmente se apoiando em tentar resolver a situação com cartão amarelo — admite Segurado.
Na próxima quarta-feira (1º), o Caxias volta a campo justamente contra uma das equipes criticadas por fazer cera. O jogo contra o Brasil de Pelotas acontece às 21h30min, no Bento Freitas. Apesar de reclamar da arbitragem, o diretor do Caxias prefere agora, se ater às questões dentro de campo.
— O Brasil é um concorrente direto, temos que pensar em jogar bem para ganhar o jogo. Faltava uma vitória pra gente ganhar confiança. São só três jogos ainda, vamos em busca desse algo a mais que vai ganhando forma na medida que o time for fluindo.