O paracanoísta Jair Cabral Aguiar, 59 anos, passou por momentos difíceis na vida que contrastam com sorriso que ele carrega diariamente. Ele fez parte da Série Especial do Pioneiro sobre o Paradesporto Caxiense. Na oportunidade, ele revelou o drama vivido em 2008, quando ficou 32 dias internado no hospital.
Tudo começou quando Aguiar foi picado por uma aranha, teve uma infecção alimentar e ainda contraiu uma bactéria. O cenário era o pior possível. Os médicos já não tinham mais esperança dele deixar o hospital com vida.
— Baixei o hospital e os médicos me desenganaram. Pediram para a família comprar o caixão. Os médicos dizem que foi um milagre. Fiquei muito feliz. Não queria morrer, tinha uma filha na época com 11 anos. Eu sou grato à vida — disse à Série Especial.
Antes de sair do hospital, Aguiar teve parte da perna direita amputada e viu sua vida mudar. Os anos passaram e graças ao esporte encontrou o sentido da vida. Atualmente, ele divide as muletas com o remo. Contudo, o paratleta quer ter uma condição melhor no seu dia a dia. Ele lançou uma campanha para comprar uma perna mecânica.
— Usei uma prótese que a UCS me deu, mas me machuca muito. Me sinto mais deficiente ainda, pois a dor te lembra que você não tem a perna. É um desconforto. Hoje, uso muletas e cadeiras de rodas. Às vezes caio e de 20 em 20 minutos tenho que sentar para descansar a perna — descreveu.
No último orçamento que paratleta realizou, a perna mecaniza custava R$ 245 mil. Ele também trabalha com outros dois equipamentos com valores mais baixos, de R$ 35 mil e R$ 80 mil. A campanha segue até o dia 31 de dezembro deste ano. Com um salário mínimo de aposentadoria, ele fez uma rifa de R$ 3,00 para alcançar o valor e concretizar o seu sonho. Assim, também já projeta fazer outros esportes.
— Tenho a aposentadoria de um salário mínimo. Estou lutando, batalhando. É o meu sonho colocar a perna e ter uma vida melhor. Mudaria muito, pois eu caio muito, já caí no centro e machucou bastante. Às vezes a muleta escorrega, porque está molhado. Para mim a perna mecânica mudaria muito. Teria a oportunidade de fazer outros esportes também — finalizou.
Quem quiser ajudar também pode fazer doações via PIX:
(54) 99995 4811
SÉRIE PARADESPORTO CAXIENSE
:: 2º CAPÍTULO
Conheça os jovens talentos que podem colocar Caxias do Sul nas Paralimpíadas de Paris
:: 3º CAPÍTULO
Pedido feito há 10 anos e o trabalho para superar as barreiras do paradesporto caxiense
:: 4º CAPÍTULO
Juventude e experiência: o paradesporto sem idade