Uma dupla vitoriosa se despede dos holofotes principais no Juventude. Nas últimas quatro temporadas, Walter Dal Zotto Jr., como presidente, e Osvaldo Pioner, como vice de futebol, foram as figuras mais presentes nas entrevistas e decisões relacionadas ao Verdão. Quando ambos assumiram suas funções em novembro de 2018, o Ju estava na Série C do Brasileiro. Em dois anos seguidos, acessos levaram o Verdão ao retorno à elite nacional.
Na última entrevista de despedida, Pioner relembrou a grande festa após o acesso à Série A e agradeceu a boa relação com a imprensa neste período. Ao mesmo tempo, desejou sucesso aos novos dirigentes. Waltinho valorizou o apoio da direção e pediu para o torcedor continuar ajudando o clube. Além disso, desejou tranquilidade, serenidade e sucesso ao próximo presidente Fábio Pizzamiglio e seus vices.
Os dois também comentaram sobre os erros no futebol em 2022, quando o Ju quase caiu para a Divisão de Acesso no Gauchão e o rebaixamento no Brasileirão.
— Um erro gravíssimo é a troca de treinador. Cada um gosta de um estilo de jogador. O primeiro erro foi ter trocado o Jair Ventura, mas ele não ganhava um jogo no Gauchão e nós estávamos para cair, não via evolução, perdíamos pra todo mundo. Trocamos para salvar o Gaúcho. Somando todos esses detalhes, acontece o que aconteceu — comentou Pioner.
— Todo ano é um ano novo, principalmente no Juventude, porque renova todo o plantel. Por segurança financeira, não fazemos contratos muito longos com atletas. Então, montar elenco todo o ano o risco é maior. Eu não faria nada diferente no aspecto de investir em estrutura e colocar mais dinheiro no futebol. Nós determinamos um valor no futebol, acima da temporada passada, e esse ano as coisas não aconteceram. Não é só dinheiro — afirmou Walter Dal Zotto Jr.
No futebol, o Juventude teve, além de Osvaldo Pioner, Marcelo Barbarotti como executivo. O profissional chegou em fevereiro de 2021 e deixou o posto em junho deste ano. Ele participou ativamente da montagem do elenco nas duas temporadas, uma com sucesso e outra com resultados ruins. Os agora ex-dirigentes não consideram um erro a permanência de Barbarotti para este ano.
— Eu acho que não teria sido um erro, porque o Barbarotti teve importância e relevância no primeiro ano de permanência do Juventude. Nos momentos ruins, não podemos sair queimando pessoas. Infelizmente, as coisas não aconteceram igual a primeira temporada. A profissionalização é um caminho do futebol em todas as áreas. O clube não pode ficar refém de abnegados para tocarem o clube — avaliou Waltinho.
Transição e legado
Como Osvaldo Pioner não permanece no cargo de vice-presidente de futebol, depois de quatro anos, o departamento passa por uma reformulação. Paulo Stumpf, atual vice-presidente de Administração e Finanças, juntamente Almir Adami e Luis Carlos Bianchi, vice-presidentes na atual gestão até o final do ano passado, e Jones Biglia, vice de futebol de até 2018, assumem o futebol.
— Nessa transição, temos conversado bastante. Algumas coisas que achamos, internamente, que nós falhamos, foi passado para prestarem mais atenção. São várias coisas que podem pinçar. Nós escolhemos do grupo passado, nove atletas que sustentariam a nossa permanência. Fomos contratando pontualmente. Contratamos atletas que não conseguiram jogar. Tivemos atletas que tiveram problemas com a família, filhos, de saúde, e jogaram muito abaixo. Nós acreditamos demais nas pessoas que trabalhamos — comentou Pioner, que encerrou com o legado deixado:
— Encerramos mais um ano com superávit. Talvez não tenha fluxo de caixa, mas tem um equilíbrio financeiro para o ano que vem. Já começa com uma situação bem diferente e equilibrada. No nosso primeiro jogo contra o Pelotas, tínhamos 16 meninos. Agora, temos Pegorari, Cesar, Paulo Henrique, Danilo Boza, Rafinha, Ramires, Dudu, Kelvi, Jean, Tota, Pará, Aires. Temos 16 ou 17 jogadores, contando a base. É uma grande diferença. Tem o Bassani para voltar, o Everton no Náutico. Seguimos o orçamento e o clube está numa situação muito melhor. O nosso patrimônio aumentou e adquirimos um pedaço maior no CT. É possível bater na Série A com as nossas forças.