O Brasil é o 56° colocado na história das Deaflympics. Durante os 98 anos dos Jogos, o país não participou de todas as edições. Aliás, a história brasileira nas Surdolimpíadas é recente. Em sete participações, o Brasil já conquistou 10 medalhas, sendo uma de ouro, uma de prata e oito de bronze.
A primeira vez que o país esteve nos Jogos foi em 1993 em Sófia, na Bulgária. Foram dois surdoatletas participando da competição, um no masculino e outro no feminino.
Depois, em 1997, em Copenhague, na Dinamarca, o Brasil não participou. A retomada veio em 2001, em Roma, na Itália, com oito atletas. Na sequência, em 2005, em Melbourne, na Austrália, o país teve apenas dois representantes.
A primeira medalha demorou para ser colocada no peito. Ela só viria em 2009, com o bronze de Alexandre Fernandes no Judô, em Taipei, Taiwan. Na ocasião, o Brasil ficou em 47º no quadro geral. Com 13 surdoatletas em disputa, foi a melhor participação brasileira.
Quatro anos depois, na Bulgária, em 2013, o Brasil ficou em 36° e viu o número de medalhas aumentar. Foram 4 conquistas, sendo uma de prata e de três bronzes. O grande desta foi o nadador Guilherme Maia com duas medalhas de bronze e uma de prata.
— Em 2013 eu estava treinando com técnico particular. Minha mãe pagava os treinos para mim. Treinei muito! Não esperava conquistar as 3 medalhas, muito menos a prata. Essa foi minha primeira medalha numa Deaflympics e minha segunda participação. A primeira participação foi em Taipei. Fui sozinho. Não sabia muito como agir nas provas. Não ganhei medalha mas fui para as finais, conquistei 5° lugar e 6° lugar. Foi uma emoção subir ao pódio três vezes e ver a bandeira brasileira subindo — descreveu Guilherme Maia.
Na última edição, em 2017, o Brasil levou a sua maior delegação até então. Foram 101 atletas na Turquia, um crescimento substancial, pois na Bulgária foram 19 integrantes. O Brasil ficou em 28° lugar, com cinco medalhas, sendo uma de ouro e quatro de bronze.
Esta edição também marcou a primeira conquista brasileira em um esporte coletivo. O futebol feminino chegou ao terceiro lugar e subiu no pódio. Pela primeira vez na história o hino brasileiro foi executado com a vitória em primeiro lugar nos 200 metros livres da natação com Maia.
— Sou o único medalhista de ouro, recordista, campeão olímpico e mundial do nosso Brasil, até o momento. Temos muitos jovens se destacando. Logo teremos mais pódios de ouro. Essa medalha representa muito, pois era um sonho da minha mãe desde pequeno quando diagnosticaram a minha surdez severa profunda bilateral. Sem ela eu teria desistido muito cedo. Ela é meu exemplo de força e garra. Nesta Surdolimpíada de Caxias pretendo subir ao pódio novamente. Minha mãe Andrea Maia, estará presente nas arquibancadas e também estarei na casa onde eu treino no Recreio de Juventude — destacou o nadador brasileiro.
Para a atual edição, o Brasil tem esperança de aumentar o quadro de medalhas conquistadas. A delegação será a maior da sua história. O Time Brasil será composto por 199 surdoatletas, sendo 110 homens e 89 mulheres. Somando os 38 integrantes de comissões técnicas, o Brasil estará representado por 237 pessoas.
Conheça os atletas medalhistas:
Taipei - Taiwan (2009)
Bronze
Alexandre Fernandes - Judô 81kg
Sofia - Bulgária (2013)
Prata
Guilherme Maia Kabbach - Natação 100m livre
Bronze
Heron Rodrigues da Silva Karatê 84kg
Guilherme Maia - Natação 200m livre
Guilherme Maia - Natação 200m borboleta
Samsun - Turquia (2017)
Ouro
Guilherme Maia - Natação 200m livre (recorde olímpico da prova: 1:52.55)
Bronze
Futebol Feminino
Alexandre Fernandes - Judô 90kg
Heron Rodrigues da Silva - Karatê 84kg
Guilherme Maia - Natação 100m livre