Acabaram as experiências. Depois de um começo ruim, com apenas um ponto em quatro rodadas, o foco do Juventude será totalmente no Campeonato Gaúcho. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, na Rádio Gaúcha Serra, o vice-presidente de futebol Osvaldo Pioner detalhou o planejamento traçado com a comissão técnica para o Verdão começar a encontrar as vitórias. O primeiro deles é dar uma sequência ao time titular, e sem novos testes de atletas como no começo da competição.
Além disso, o dirigente comentou sobre as cobranças da torcida ao trabalho de Marcelo Barbarotti, diretor-executivo do clube. Pioner também foi questionado se o técnico Jair Ventura está garantido no cargo em caso de mais um insucesso diante do Ypiranga. Outra questão abordada é se o Juventude menosprezou o Campeonato Gaúcho e, por isso, realiza uma campanha muito abaixo do esperado.
Confira a entrevista com Osvaldo Pioner
Avaliação do momento
Quando falamos em avaliação, nós temos que ver o contexto todo. Vamos iniciar dizendo que é muito ruim e não estamos concordando e aceitando essa pontuação. Não é o que estava programado e planejado. Temos que sair dessa. Temos que pontuar algumas coisas: quando iniciamos o ano, nós não somos ainda aquele time. Estamos numa Série A brigando para a permanência, mas não temos 40 jogadores. Tivemos que dar férias e não deu tempo de trabalhar. Não é desculpa. É fato. Tivemos que sentar e planejar. Vamos lançar alguns meninos da base, e eles já entraram como o William, o Dudu, o Nicolas. Tivemos que fazer esses testes.
Tivemos as experiências dos ativos, como o Bassani. Temos que pensar na Copa do Brasil também. Não podemos atropelar ninguém com lesão, porque tem o Brasileiro que começa logo na frente. Temos a obrigação de pontuar essas situações para o torcedor. Estamos com dificuldade de fazer acontecer essas coisas ao mesmo tempo. Vamos ter que abrir mão de algumas coisas e focar no Gauchão. O jogo de quinta-feira é obrigação fazer um grande jogo. Se não fizer um grande jogo, pode ser 1 a 0 com erro de arbitragem.
Abrir mão de quais coisas?
Uma das primeiras, que temos conversado internamente, é tentar colocar o que se entende de um time mais equilibrado e dar uma sequência. O momento de fazer algumas experiências, e dar oportunidades para todo mundo, já passou. Agora, vamos ter que focar em cima de uma tabela. Não era o que a gente gostaria. Queríamos continuar fazendo experiências e testes, mas com quatro jogos e um ponto, acabou qualquer gordura. Agora é foco total, não que não se tinha antes, mas agora vai ter que ser diferente.
Reforços para a sequência
O momento de trazer reforços para o Gauchão são alguns contratos que fizemos com prazo final no Estadual. As peças que virão agora, como o Pitta, evidente que ele poderá entrar no time do Gauchão, mas o pensamento é Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Não temos nada próximo, mas temos várias coisas em andamento. Se alguma propostas que a gente fez, vem a confirmação, a gente pode anunciar logo. Não estamos com a caneta na mão, mas pode acontecer a qualquer momento.
Juventude menosprezou o Gauchão?
De repente, é uma frase que cabe essa interpretação, mas não vamos dizer, porque a nossa dificuldade é o Gauchão e estamos focando 100%. Nós temos vários objetivos dentro do ano e não podemos dizer que vamos formar um time pro Gauchão e vamos sem preparação física nenhuma, dar o máximo que pode, independente de machucar alguém, independe de sair fora da Copa do Brasil ou começar de maneira ruim o Brasileiro. O ideal, e o que se pensou, do jeito que a gente pensava, dava para atender todas as nossas necessidades. A gente respeita o Campeonato Gaúcho.
Internamente, falamos que temos que classificar entre os quatro e depois ver o próximo passo. Não vamos deixar o Gauchão de lado. No planejamento, tínhamos que lançar algum menino da base, criar ativos, fazer experiência com algum atleta. O momento era vencendo e tendo folga. Estão faltando detalhes. Está faltando um pouco mais de convívio (dentro de campo) entre os atletas, e eles reconhecem. Mudou muito a maneira de jogar. Nós montamos um grupo novo e jovem. De maneira nenhuma deixamos de lado o Gauchão.
Conversa em tom de cobrança ou confiança
Total confiança. Quando terminou o jogo do Frederiquense, eu falei com o Barbarotti e com o Jair. Temos que passar confiança, porque a pesquisa foi muito criteriosa. A comissão aprovou e foi avalizada pela direção na minha função. Então, foi feito tudo de acordo. O encaixar precisa de um tempo. Precisamos passar confiança, porque o grupo tem peças de qualidade, mas que ainda não se encontraram. Ainda não deu aquela liga. O Jair é a mesma coisa. Apoio e hora de abraçar. Estamos no mesmo barco. Se houver um fracasso do Jair, será um fracasso de todos nós.
Jair Ventura garantido?
Eu não sou dirigente que fico ameaçando ninguém, nem garantindo perpetuamente o trabalho de ninguém. Isso a gente constrói. Hoje, a construção é ruim, porque a nossa pontuação é muito fraca. Para o Juventude, é abaixo da crítica. Não vamos aceitar isso e acreditamos que temos força para virar. Conversamos bastante com o Jair e ele tem liberdade total para fazer o trabalho.
Cobrança do torcedor no Barbarotti
O fato dele estar fazendo as entrevistas no final foi combinado com a diretoria. A direção achou melhor, naquele espírito de profissionalizar, colocar o profissional da área, até para valorizar ele. A diretoria em nenhum momento está se escondendo das entrevistas. Podemos até repensar isso e revezar. Estamos muito satisfeitos com o trabalho dele, porque ele tem um relacionamento muito grande com o Brasil todo. Ele é bem conceituado e íntegro. São qualidades respeitadas.
Ele é muito sério. As contratações desse ano ainda não dá para comentar. Um ou outro jogador pode estar abaixo, mas ainda está fazendo a preparação durante a competição. Se a gente olhar desde o ano passado, o número de acertos foi infinitamente maior. É um trabalho em conjunto. Ele não faz nada sozinho.