O Caxias do Sul Basquete terá na temporada 2021/2022 um sotaque que está marcando as últimas participações da equipe no Novo Basquete Brasil (NBB): o espanhol. O idioma tem ganho espaço por conta de jogadores da Argentina, que têm pelo menos um representante na equipe do técnico Rodrigo Barbosa na últimas temporadas.
No NBB 10, Enzo Cafferata foi o representante do país vizinho, enquanto na temporada passada Nico Ferreyra esteve no time caxiense. Além dos dois armadores, o auxiliar Eduardo Chiche Japez fez parte da comissão técnica na edição passada da competição.
Para a temporada que começa para o Caxias Basquete na próxima quarta-feira (27), serão mais dois argentinos na equipe: o armador Esteban Cantarutti, de 33 anos, e o ala/armador Alejo Montes, de 30, que têm na parceria entre eles um facilitador na adaptação ao Brasil.
— Ter um outro argentino no time faz tudo mais fácil. Quando tenho uma dúvida, pergunto se ele entendeu. Senão, todo time está disposto a repetir. Não tem problema com a comunicação — diz Cantarutti, que tem buscado uma rápida compreensão ao português:
— A adaptação com a linguagem está cada dia melhor. Posso não falar tão bem, mas entendo quase tudo. Cada dia melhoro mais nisso.
Para Alejo, além da facilidade do companheiro de time compatriota, a boa vontade dos brasileiros em ajudar os estrangeiros também é um ponto positivo. O ala/armador acredita que esse tipo de apoio pode ser decisivo na campanha da equipe:
— Os companheiros da equipe são muito boas pessoas, nos conhecemos faz pouco e seguramente nos conheceremos muito mais. Acredito que vamos formar um bom grupo e uma boa equipe para a temporada.
Além das diferenças culturais e de linguagem, o estilo de jogo do Brasil para o da Argentina também tem distinções. Para isso, o período de adaptação na pré-temporada foi importante. Além dos treinamentos e dos jogos amistosos, a boa vontade dos dois jogadores também auxilia nesse ajuste.
— Creio que será uma boa experiência. É um basquete distinto do que estou acostumado na Argentina. Mas penso que pode ser muito positivo no que posso ajudar a equipe e eles me aceitaram muito bem. Espero poder dar o meu melhor aqui — afirma Alejo. Para Cantarutti, o estilo de jogo que Rodrigo Barbosa é outro ponto que fará a adaptação mais interessante:
— É um lindo desafio, assim tenho pensado. Tenho me esforçado para me adaptar ao jogo daqui. Acho que o Rodrigo tem um estilo de jogo que me agrada, com boa dinâmica, buscando vantagem nas diferentes situações. Estou focado em aprender rápido o que o Rodrigo quer de mim e do time.
Apoio das arquibancadas
Um dos pontos que poderá fazer com que os argentinos se sintam em casa está nas arquibancadas. O apoio constante da torcida do Caxias Basquete é marca da equipe no NBB. Na nova casa, o time quer fazer com que o Sesi também vire um caldeirão.
— Me comentaram que o torcedor aqui é muito eufórico, que sempre está aqui apoiando a equipe. Estou muito ansioso por poder ver a torcida de Caxias e que será muito positivo quando jogarmos de mandante — afirmou Alejo.
— É muito importante para o time o apoio da torcida. Todos falam muito bem. Esse ano, o cenário é outro, estamos no Sesi e não mais no Vascão. É um pouco maior, mas creio que a torcida vamos sentir igual. Se é verdade tudo que falam dela, creio que será importantíssimo para a equipe que a maior quantidade possível de pessoas por nos apoiar estejam aqui — espera Cantarutti.
Se a entrega em quadra for igual ao que a dupla tem apresentado nos treinamentos, a dupla argentina certamente se sentirá mais em casa defendendo a equipe gaúcha.