O Caxias apresentou oficialmente, nesta quinta-feira (13), Rafael Jaques como novo treinador para a Série D do Campeonato Brasileiro. Durante 40 minutos de entrevista coletiva no Salão Nobre do Estádio Centenário, o técnico comentou sobre as ideias para conseguir o sonhado acesso à Terceira Divisão Nacional, características que serão implementadas no time grená e a transição com a antiga comissão técnica de Rafael Lacerda.
Rafael Jaques revelou conversa com Rafael Lacerda e que recebeu um relatório com informações importantes para a sequência da temporada. Sobre reforços, o setor ofensivo e a lateral direita são os mais buscados e o novo técnico espera um time com velocidade para a disputa da Série D. Por fim, o comandante comentou sobre a busca pelo nome do centroavante Michel.
Confira a entrevista de apresentação
O que Jaques mudou desde 2019 (quando recebeu um contato da direção grená)
— Me sinto orgulhoso, contente e realizado de estar aqui. Já houve outros contatos antes de 2019, desde 2018. É um namoro antigo que firmou. Fico muito satisfeito de chegar hoje na situação que estou. As experiências que eu tive no cenário nacional e estadual com São José, e outras experiências no Remo e no Pelotas. Esse período faz vivenciar novas experiências e desafios. Com certeza, nos amadurece. De 2019 para hoje, me sinto muito mais preparado, mesmo sendo tão pouco tempo. Me sinto mais preparado e mais conhecedor de um cenário de Série D.
Transição com o Lacerda
— Foi uma transição muito boa. Conversei com o Lacerda na segunda-feira (10). Liguei para ele à noite e conversamos por um longo período. Ele foi muito receptivo. Nos deixaram diversos itens de trabalho, treinamento, jogo, entre números e estatísticas, tudo. Para física, técnica e tática, tudo. Quero dar os parabéns ao Lacerda, à comissão técnica e à diretoria por ter chegado dois anos seguidos entre os quatro melhores (do Gauchão).
Reformulação do elenco
— Passa pela comunicação de todos e pelo objetivo geral único aqui dentro, que é a busca do acesso. Nós entendemos que em algum setor do nosso time, precisamos ter um pouco mais de velocidade. Basicamente passa por isso. A Série D é diferente do Gauchão. O Estadual é muito físico, muito enfrentamento, combate, mas a Série D muda. Temos dois times gaúchos, catarinenses e paranaenses e já muda um pouco. Deixa de ser mais físico e passa ser mais rápido e jogado. Então, passa por essa leitura também.
Acessos perdidos
— Primeiro lugar, o passado acaba se tornando presente, porque ele se torna em cobrança. Mas dentro de campo, os jogadores têm que viver o presente dentro daquilo que nós entendemos em conjunto o que é melhor para o clube. Em 2018, após o nosso jogo pelo São José no acesso, a primeira coisa que eu perguntei foi como o Caxias tinha ido diante do Treze-PB. Torcia muito, porque é importante para o nosso futebol gaúcho. Independente do que passou, temos que vivenciar o hoje. Nós temos um objetivo e é único dentro do clube.
Pontos positivos do time
— Tem muita coisa positiva. É uma equipe muito competitiva e muito aguerrida. Vestiu a camisa do Caxias, tem que ser competitivo. É um objetivo nosso. O jogador tem que ser competitivo, tem que ter sangue no olho. É uma característica do clube e do time atual. Entre tantas outras coisas, tem uma circulação de bola muito boa, uma construção de jogo no segundo terço, uma verticalidade muito boa. Tem muita coisa que podemos dar continuidade.
Preparação e característica
— Período não é tão longo, mas é um bom tempo. Não é um período ruim. O torcedor pode esperar uma equipe que tem posse de bola boa, uma proposição de jogo boa, mas isso requer tempo. Toda comissão técnica, diretoria e torcedor gostaria de ver um time que tomasse conta do jogo em todas as partidas, mas isso requer tempo. Primeira situação que temos que entender: o cenário que nos encontramos e a competição que estamos.
Problemas de outros anos
— Tudo é importante. São grandes profissionais, faz parte. Às vezes, não é o momento, tem uma série de coisas que precisamos avaliar nessas situações. Por vezes, o futebol não é tão justo. Por vezes, tudo é bem feito e dentro de campo não dá certo. Dentro dessa conversa que é natural a gente ter no vestiário, na sala, em qualquer parte do clube, é natural trazer as experiências passadas pelo clube no que deu certo e no que não deu. A gente espera mudar esse rumo.
Características da Série D
— Eu percebi que temos que jogar de acordo com o jogo, com a competição. Tem que pontuar. Nessa fase de 14 jogos, tem que pontuar. Vencendo em casa e pontuando fora, a gente não permite o adversário ganhar em casa. Esse é um fator fundamental e depois são três mata-matas para o acesso. Eu lembro, pela experiência que eu vivi, a importância de pontuar fora nesses mata-matas. Se puder trazer a decisão para casa, melhor. Tudo é muito importante.
Maior desafio da carreira
— Eu costumo dizer que o maior desafio é sempre o atual. É o maior desafio, sem dúvida nenhuma. Eu vejo o Caxias, quando ele entra numa competição, seja qual for, o Caxias é sempre candidato. Tem força, tem camisa, tem torcida, diretoria, estrutura. Tem tudo para estar nas cabeças sempre. É um desafio enorme e estamos muito motivados.
Jogadores que já trabalhou
— Têm alguns jogadores que a gente já trabalhou que tem confiança total. Uns não podem vir e alguns podem, sempre é bom trabalhar com quem confiamos. Facilita o entendimento do jogo. Se possível sim, desde que atenda as nossas necessidades. Não só pela confiança, tem que atender as nossas necessidades atuais.
Contratações
— Nós precisamos principalmente para o setor de ataque. Temos a possibilidade de perder praticamente todo o ataque. Temos que contratar para a lateral direita também.
Centroavante Michel
— Ninguém pode negar que o Michel é um goleador. Onde ele passou, ele fez gol. Ele já conhece o clube, a cidade, a competição. Talvez, a adaptação dele, confirmando a vinda dele, seja facilitada. Pensamos muito das nossas condições. Por vezes, são oferecidos jogadores do Norte e Nordeste com muita qualidade também, mas a adaptação com o frio e tudo que vivemos no Sul nos preocupa. Eu gosto muito do Michel, ele é um artilheiro. Se confirmar, situações que passaram, tenho certeza que ele amadureceu. Ele terá toda maturidade e inteligência para trabalhar forte e reverter isso e se comunicar com o torcedor de outra forma.
Milla, Mattis e Diogo Oliveira
— Nós contamos com o Mila, o Mattis e o Diogo. Na minha opinião, tantas vezes enfrentamos o Diogo, é um meia raro no futebol. Tudo que depender da gente para ele voltar ao nível dele, vamos tentar fazer.