Nesta semana aconteceu o congresso técnico do Campeonato Brasileiro Série A. O Juventude conheceu a tabela básica competição, marcada para iniciar no dia 29 de maio. Além disso, uma mudança no regulamento tem gerado debate: a limitação à uma demissão de técnico para cada clube. A direção alviverde votou contra, mas foi minoria. Foram 11 votos a 9. Mas por que o Juventude foi contra essa decisão?
— Eu tenho uma opinião, que não é por aí que vai melhorar o futebol. Os clubes têm seus planejamentos e essa brecha que deixaram nessa alteração que fizeram, caso tenha acordo ou o treinador peça para sair, isso não contaria. Acho que não vai ter nenhuma demissão de treinador neste ano. Todos vão pedir para sair ou entrar em acordo com o clube. Se realmente, a gente quiser moralizar, nós poderíamos colocar em prática o fair play no futebol. Os clubes teriam que comprovar, no final do seu ano, os compromissos todos assumidos — disse o presidente Walter Dal Zotto Jr, que completou:
— Uma medida sensata seria comprovar que pagou tudo para o treinador demitido e aí sim contratar outro. Foi uma questão nem muito debatida. Se é para adotar qualquer medida neste sentido, nós teríamos que limitar o número de técnicos na Série A, independente de demitir ou pedir para sair. Aí sim existe moralização. Eu acho mais prejudicial para o técnico que não pode trabalhar em mais de dois clubes do que para o time propriamente, que poderá fazer um acordo e ter mais de dois técnicos. O Juventude não é um clube que demite constantemente treinadores.
Essa limitação na troca de treinadores durante o Campeonato Brasileiro é uma proposta defendida pela CBF há três anos. O clube começará o Brasileirão com um técnico inscrito e, caso demita este treinador, poderá inscrever apenas mais um. Depois se acontecer a segunda demissão, o profissional substituto tem que estar trabalhando no clube há pelo menos seis meses. Em caso de pedido de demissão por parte do treinador, o clube não sofrerá limitação para inscrever um novo técnico.
Segundo o texto divulgado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o técnico inscrito na elite do Brasileirão por um clube, só poderá se demitir apenas uma vez, caso queira treinar outra equipe que dispute a competição. Se pedir demissão novamente, ele não poderá ser inscrito por outro time. Se for demitido pelo clube, o técnico não sofrerá nenhum tipo de limitação quanto à sua contratação por um novo time.
— O presidente foi contra e é o meu pensamento também. Eu acho que é uma intromissão um pouco exagerada. Cada clube precisa ter a sua responsabilidade e entender o que é melhor pra ele. Se um dos motivos é que tem clube pagando quatro ou cinco treinadores demitidos, é problema desse clube que não planejou — disse Osvaldo Pioner, vice de futebol do Juventude.
O que diz o técnico Marquinhos Santos
— Eu creio que é um cenário que os clubes vão também procurar manter, porque sabem da dificuldade que têm nestas trocas constantes. É uma maneira de moralizar mais o cenário do futebol brasileiro e buscar, com isso, a evolução do futebol brasileiro. Isso é estatístico. Nem sempre as trocas constantes geram os resultados esperados. Uma permanência de trabalho a médio e longo prazo demonstra isso — comentou o treinador do Juventude.