Dentro de campo, o Juventude está envolvido na disputa do Campeonato Gaúcho e da Copa do Brasil. No entanto, fora das quatro linhas o clube trabalha para melhorar sua estrutura e planeja o futebol com análise minuciosa do mercado para o retorno à elite do futebol brasileiro a partir de maio, quando começa a competição.
Uma das novidades para a temporada 2021 foi a contratação de Marcelo Barbarotti, 37 anos, como novo executivo de futebol. Junto ao departamento de futebol, ele busca adaptação ao clube e implantar suas ideias.
—Normalmente, quando a gente chega, principalmente nesta função tão abrangente, precisa conhecer o clube, as lideranças políticas. Isso em meio a um trabalho muito importante, o mais falado, que é a montagem e preparo da equipe. O executivo está ligado a praticamente todas as áreas, principalmente ao futebol. É um trabalho que precisa ser rápido para entender as figuras do clube — disse Barbarotti.
O Juventude criou um departamento de inteligência. Esse modelo é adotado por vários clubes de futebol do país e tem o objetivo de analisar o mercado de contratações com mais detalhes e informações para minimizar os erros em reforços devido à diferença de investimento na comparação com os demais clubes de Série A. Recentemente, o Juventude contratou Mariel Mees para o departamento de análise de mercado. Seu último clube foi a Ferroviária-SP.
— O Juventude está estruturado e vem buscando fazer gestão, mas também tem muita coisa a ser feita, principalmente na análise de mercado, controle de mercado, que é um tema que eu gosto muito. Trouxemos uma pessoa que está trabalhando neste departamento que criamos. Estamos incluindo a tecnologia que ajuda demais neste trabalho — comentou o diretor executivo, que completou:
— Ele já está trabalhando. É o trabalho que eu mais gosto e que mais levo em consideração. Se a gente conseguir implementar isso ao longo do tempo, vamos chegar mais rápido em algumas contratações, não tem tanta concorrência e não deixar o mercado ficar inflacionado. É um departamento de inteligência. Temos que ser rápidos.
Temos que ser muito assertivos dentro do mercado que, talvez, a gente brigue pela 18ª, 19ª, 20ª posição, não na tabela, mas no mercado.
Esse departamento de inteligência e mercado irá armazenar e organizar informações do futebol e ajudar em decisões eficientes no setor que analisa os atletas que serão contratados num meio tão concorrido e inflacionado.
— A gente sabe que temos que qualificar o nosso grupo para uma Série A. Nós temos muita coisa para fazer. Estamos num processo de mercado. Teve inúmeros negócios que a gente entrou e acabou não conseguindo concretizar devido à concorrência de maior poderio financeiro. Temos que ser muito assertivos dentro do mercado que, talvez, a gente brigue pela 18ª, 19ª, 20ª posição, não na tabela, mas no mercado. Quando se tem 10 times brigando por um atleta, a gente, talvez, é a última posição — finalizou Marcelo Barbarotti.
Cobranças e exigência
O executivo de futebol do Juventude também é responsável por cobrar a comissão técnica. A exigência pelos resultados e um melhor desempenho da equipe treinada por Marquinhos Santos são analisadas pelo departamento de futebol e conversado com o treinador. Os jogos em sequência, mais as viagens têm dificultado a conquista de um padrão na equipe.
— O futebol profissional de alto rendimento você precisa se acostumar com cobrança. A cobrança interna, entre nós, diretoria, torcida, imprensa. São coisas que precisamos saber usar a nosso favor e às vezes não ceder. A gente está vendo esse processo e com controle do que está acontecendo com os 20 clubes da Série A, nós estamos quase no top de saídas e chegadas. É impossível se ter um jeito de jogar definido como times que estão formados — disse Barbarotti, que finalizou:
— Já implantamos um processo que todo dia seguinte a um jogo, nós temos uma reunião da comissão técnica para pontuar e cobrar a comissão técnica para sabermos que precisa ser corrigido e trabalho. São pequenas ações que vamos tomando com o decorrer do tempo. É um ano especial de estar na Série A, mas as dificuldades são imensas. Ninguém está achando que está fazendo o melhor futebol do Brasil, pelo contrário, tem muito trabalho para ser competitivo.