Desde o início do projeto, Gustavo Schneider buscou formas de levar aos alunos da escola condições melhores para a prática do taekwondo. Professor em algumas academias de Gramado, ele encontrou na solidariedade dos colegas e praticantes do esporte um apoio. Assim, conseguiu os primeiros quimonos para que os jovens pudessem disputar campeonatos.
Depois, vieram mais incentivos. As camisas do projeto foram produzidas por meio do fundo social de um banco cooperativo. A comunidade começou a ver o exemplo de Gustavo com o respeito que a iniciativa merece.
— Tivemos apoio do poder público, alguns vereadores com emendas. Uma instituição de crédito pôde ver o projeto com outros olhos e incentivar. Mas essa é uma iniciativa que começamos pequena e que vai crescendo aos poucos. Iniciamos com 20 alunos, depois 25, 30 e agora tivemos que dividir em duas turmas para poder dar um bom atendimento para todos — conta Schneider.
NOVAS VIVÊNCIAS
Além de ensinar aos alunos no ginásio da escola, Guga proporciona aos jovens a vivência na academia:
— Para alguns alunos eu faço o convite, uma vez por semana. Quando saio daqui e dou aula em outros lugares. Então, chamo dois ou três para irem junto. Dou a oportunidade para que eles possam ter o contato com o tatame, treinar com um saco de pancadas, com equipamentos e com pessoas mais graduadas. Às vezes, eles ficam esperando a semana toda para poder ir junto.
Foi assim que Leonardo Rodrigues, 13 anos, cresceu no taekwondo. Atualmente na faixa amarela, o garoto conta que as aulas de arte marcial não significam qualquer tipo de situação de violência entre os alunos na sala de aula:
— Isso influencia muito no dia a dia. Ajuda a ter mais respeito com os colegas, na escola e em tudo que é lugar.
Na escola, isso também reflete positivamente.
— Não temos agressões físicas. Os alunos são ótimos e pegaram o ritmo de trabalho. É um resultado gratificante, pois é uma arte marcial que trabalha com a disciplina e vem ao encontro do nosso dia a dia — afirma a diretora Marta Ferraz.
Atualmente, os Guerreiros da Pena e da Paz levam o projeto para 80 jovens. A possibilidade de voltar a atender ainda mais escolas em Gramado é um sonho que Guga já mostrou ser possível. No entanto, o professor acredita que, com todos fazendo um pouco, é possível modificar muitas realidades:
— Se cada um fizer uma parte, nós conseguimos fazer grandes coisas. Eu, talvez, esteja fazendo uma parte pequena. Mas, se cada um fizer uma parte pequena, atendendo 40 ou 50 crianças, conseguimos chegar muito longe.