Um desafio para seguir marcando o crescimento do paradesporto brasileiro. O caxiense Tiago Frank terá no mês de agosto uma nova etapa à frente da seleção brasileira masculina de basquete em cadeira de rodas. O Campeonato Mundial da modalidade, que será realizado em Hamburgo, na Alemanha, entre os dias 16 e 26 do mês que vem, é a oportunidade do treinador manter a evolução do seu trabalho com a equipe nacional e do basquete em cadeiras de rodas no país.
No comando da seleção desde 2015 e com a excelente campanha na Paralimpíada do Rio 2016, onde conquistou o 5º lugar, Frank sabe da importância da competição na Alemanha para a sequência do crescimento do time. A expectativa pela participação brasileira no Mundial aumenta por conta do tempo que o país ficou fora de uma das duas principais competições do calendário da modalidade.
— Nossa última participação foi em 2006, onde o Brasil participou do Mundial e terminou em nono lugar. São 12 anos fora. Isso e a boa campanha no Rio criam uma expectativa maior para esse campeonato — diz o treinador, que também é professor na UCS e na Escola Municipal Vereador Marcial Pisoni.
A continuidade do trabalho após os Jogos Paralímpicos permitiram um conhecimento maior de Frank junto ao time. Com quatro mudanças em relação ao grupo que atuou nas quadras do Rio, em 2016, o comandante vê o time mais preparado para a disputa do Mundial:
— É um grupo competente. Está mais maduro do ponto de vista de competições nacionais. Acumulam uma experiência. A preparação neste ano está nos permitindo concretizar algumas situações, alguns aspectos, que não estiveram suficientemente maduros nos jogos paralímpicos.
A classificação para o Mundial foi conquistada na Copa América, disputada ano passado na Colômbia, quando o Brasil ficou em quarto lugar. Antes de chegar na Alemanha, a equipe de Frank passará por um período de aclimatação na Holanda, onde realizará amistosos contra seleções europeias.
Para o caxiense, a vaga no Mundial é o reflexo do bom trabalho realizado com a seleção:
— Como conseguimos manter um grupo, um núcleo dentro da seleção a pelo menos três anos trabalhando juntos, acredito nesse amadurecimento. Dentro da filosofia de trabalho que estamos propondo e do ganho de experiência. As competições em que estive à frente da seleção dão condições de exercer um papel com mais excelência.
Olhar diferente para o paradesporto
A Paralimpíada no Rio, em 2016, aproximou o público do esporte. Para Frank, no basquete em cadeira de rodas, essa realidade também foi observada.
— Foi uma excelente oportunidade de divulgação do movimento paralímpico como um todo. No basquete, tivemos um crescimento de audiência e de participação do público. É uma modalidade que entusiasma. O público que assiste gosta muito — diz Frank, que admite diferenças entre a preparação para o Rio e a deste Mundial:
— Difere uma da outra. Uma porque foi no Brasil, então tínhamos uma busca por equipes que desejavam fazer um período de preparação no país, e também na questão de investimentos. Já não é da mesma forma como foram os Jogos Paralímpicos.
Nas outras participações brasileiras em Mundiais, o país ficou no 10º lugar em 2002, e em nono, em 2006. Na Alemanha, os 16 participantes vão à segunda fase, formando as oitavas de final em cruzamentos olímpicos entre os grupos. O Brasil cruzará com a chave de Austrália, Argentina, Espanha e Holanda.