Em Caxias do Sul, nem todos torceram pela Seleção Brasileira nesta segunda-feira. Apesar de ser o berço do técnico Tite, o tom verde e amarelo não foi unanimidade na rua Julio Rosa Cruz, no bairro Sagrada Família. O verde do México também coloriu a República da Vovó.
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Ao todo, lá residem oito mexicanos estudantes de Universidade de Caxias do Sul (UCS) misturados a um estudante do Congo, um de Angola, uma paraguaia, uma espanhola e um francês e, claro, brasileiros. Todos assistiram a Brasil x México juntos. Apesar dos seis mexicanos presentes, foi a torcida brasileira que fez a festa.
— Na Copa anterior, tínhamos 10 colombianos. Foi um jogo bem animado e o Brasil ganhou. E hoje o Brasil vai ganhar também, é tradição. Se todos ficarem tristes, vai ter o churrasco para animar. Os mexicanos gostam muito de churrasco — comentou Liliene da Rosa Rossi, antes de a bola rolar.
Liliene, 40 anos, é uma das administradoras de cinco repúblicas que recebem preferencialmente intercambistas da UCS. Ao lado das filhas Emanuelly, 14 anos, Marcelly, 12, Natanielly, 8, foi a anfitriã do evento, assessorada por Andressa Carneiro, estudante de Engenharia Mecânica, e uma espécie de coordenadora da casa, além de ser a responsável pelo churrasco na manhã de segunda.
Apesar de nunca ter passado das oitavas, a campanha mexicana deste ano empolgou a torcida residente em Caxias desde fevereiro.
— O México merece porque está jogando melhor do que em outras Copas e os campeonatos em que o México já ganhou passou pelo Brasil: Olimpíadas, Copa das Confederações, campeonatos sub-17. Temos o "Chucky" Lozano, goleador com o PSV na Holanda — disse David Toxqui, ainda no primeiro tempo, acreditando em vitória mexicana.
O estudante de fisioterapia de 23 anos, que pela primeira vez assistiu ao México jogar longe da própria casa, apostava em 2 a 1 para sua seleção. Com a derrota, a torcida "voltou" a ser brasileira.
— Sempre torço para o Brasil nas Copas. Mas México está muito bem. Se o México ficar fora, volto a torcer pelo Brasil — projetava.
As outras cinco mexicanas se dividiam nas apostas, mas todas acreditando aos gritos de "Chicharito, Chicharito". Estavam Alejandra Reul, 21 anos, estudante de design, Sarahí Silva, 25, e Liliana Solis Juárez, 26, ambas da fisioterapia, Paola Naranjo, 22, que estuda comércio internacional. Além delas, estava Gabriela Sandria, 21 anos, estudante de farmácia, ao lado do namorado Guilherme Perin, gaúcho de Casca, que estuda engenharia de produção, mas que garantiu não estar dividido na torcida.