Na temporada em que comemora 10 anos de existência, o Caxias do Sul Basquete/Banrisul quer repetir o feito do NBB 8. Chegar outra vez aos playoffs é o grande objetivo do técnico Rodrigo Barbosa. Um dos fundadores do clube, em 2006, o comandante de 41 anos projeta um campeonato equilibrado e vê o seu time com chances reais de surpreender de novo.
Desta vez, a comissão técnica optou por não realizar uma viagem para o exterior. Fez uma pré-temporada como foco no entrosamento do time nos treinamentos e jogos do Estadual e de um torneio quadrangular disputado em Salvador. O problema foram as lesões. O pivô Marcão fez uma cirurgia no pé direito e só voltou a treinar na semana passada. Os armadores Fred e Gabriel, o ala Douglinhas e o pivô Dida também foram preservados da última partida pelo campeonato gaúcho. Para a estreia no NBB, Fred e Gabriel estão fora.
Na reformulação para o NBB, Barbosa apostou na juventude e em um time com maior presença física. Para a estreia da equipe, amanhã, às 19h, contra o Minas, em Belo Horizonte, o sentimento é de confiança.
Confira a entrevista com o treinador, que fala sobre as lições da primeira edição na elite e a projeção do campeonato que se inicia.
Pioneiro: Qual o peso de tentar repetir o bom desempenho do NBB 8?
Rodrigo Barbosa: São duas coisas diferentes. Uma é ter a realidade da nossa estrutura, da maneira como fazemos as coisas e nosso investimento. Outra coisa é o que podemos buscar dentro da quadra. Na última edição, durante o campeonato fomos descobrindo até onde poderíamos chegar e acabamos nos playoffs. Aí é claro que vem a vontade de, pelo menos, repetir o que foi feito. O campeonato vai mostrar até onde a gente poderá chegar. O desejo é ter um crescimento em relação ao NBB 8.
Quais foram as lições que ficaram do primeiro NBB da história do Caxias Basquete?
– As lições foram muitas. Fora da quadra não perdemos para ninguém em questão de estrutura e do trabalho que é realizado. Dentro de quadra, que o trabalho pode nos dar o resultado, independentemente do investimento feito na equipe. Neste ano, com certeza, a gente deve ser o último ou penúltimo investimento da Liga, mas isso não determina a classificação. É o que é feito no dia a dia, nós podemos resolver o sucesso ou não do Caxias Basquete trabalhando dentro da quadra.
Como é possível avaliar as oscilações na pré-temporada e o trabalho feito até a estreia?
– A minha expectativa é de que no ano passado tivemos várias lesões durante o NBB. Agora, foram antes de começar. Espero que esses problemas que estamos enfrentando possam cessar, apesar que nesses primeiros jogos teremos alguns desfalques. Espero que durante o campeonato possamos ter a certeza de que o time evoluirá, ganhará ritmo. As derrotas fazem parte e o grande desafio é aprender a lidar com elas. Se tivermos maturidade para enfrentar tudo isso, podemos chegar longe.
Os reforços para o NBB 9, em sua maioria, são mais jovens. De que forma isso interfere na montagem da nova equipe?
– Isso é uma coisa que estamos sentindo um pouco, a ansiedade de que dê certo. Isso provoca mais erros. O jogador mais jovem vai ganhando essa maturidade com os jogos, o trabalho e a conversa no dia a dia, aqui e até lá em Salvador. Ainda não tivemos um parâmetro do time que gostaríamos, em função do Fred e do Marcão estarem fora todo esse tempo e são dois atletas fundamentais, não só tecnicamente, mas para passar essa tranquilidade aos outros jogadores.
Qual a expectativa para a nona edição do NBB 9 em um contexto geral. Existirá outra vez muito equilíbrio?
– Acho que quatro, no máximo seis times, são as principais em termos de investimento e de resultados: Brasília, Mogi, Bauru, Flamengo, Vasco e Basquete Cearense. Os outros nove podem ficar tanto em sétimo como em 15º. Vai depender do que ocorrer no campeonato. Franca também investiu bastante, mas tem suas dificuldades. Acho que todos podem brigar muito e tudo pode acontecer. No ano passado tínhamos três grupos. Agora acredito que são dois. Os seis principais e os demais.
De que forma o Estadual e o torneio em Salvador serviram para preparar o time para a competição?
– O Estadual é uma outra realidade. O próprio time do Guarani-VA, que perdemos as duas vezes, é outro tipo de jogo. Sentimos as dificuldades por ter poucos atletas à disposição. Contra equipes mais fracas não tivemos essa situação porque se ganha no volume, mas também é um parâmetro diferente do NBB. Em Salvador tivemos uma ideia melhor, enfrentando times que vão disputar a competição. Aí foi possível ver que podemos chegar num ponto legal com o trabalho, as entradas do Marcão e do Fred e a repetição. Acho que podemos amadurecer bastante e nos encaixamos melhor no tipo de jogo do NBB.
O fato de ter enfrentado o Minas na Copa Universo auxilia de que forma para a estreia na competição?
– Ter jogado em Salvador faz os dois times terem um parâmetro. Pelo que foi lá, é um jogo indefinido, muito equilibrado e que será importante para a gente. Sair com uma vitória fora de casa seria fundamental para a nossa caminhada.