Começo este texto com um truísmo. Na verdade, uma redundância. Ter inteligência implica ter lucidez, enxergar adiante. Dito isso, passo a algo que talvez não seja tão óbvio: Grêmio e Inter estão em igualdade de condições neste momento. Não faça expressão de escárnio, incredulidade ou até deboche. O Inter ligou o sinal vermelho e se socorreu de uma equipe de bombeiros que possivelmente funcione. Não tenho qualquer preconceito contra Celso Juarez Roth. Talvez ele não se lembre de mim, lá no inicinho dos anos 1990, quando era preparador físico e eu era iniciante no jornalismo, militando na imprensa esportiva. Nas conversas que tínhamos, ele me passava a imagem de um sujeito cordato e extremamente preparado. E ainda tem aquele "Juarez" entre o Celso e o Roth, que seria uma homenagem ao... bem, deixa pra lá.
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O fato é que, pela tendência atual, com o Inter ligando o sinal vermelho e o Grêmio não conseguindo fazer um golzinho sequer contra o Santa Cruz na Arena, vejo meu Tricolor ocupando algo como o quinto ou sétimo lugar no final do campeonato, e o Inter lá pelo 12º ou 14º. Na prática, que diferença isso fará?
Nenhuma.
Ah, sim, há uma diferença. Paralelamente ao Brasileirão, estamos disputando a Copa do Brasil. E os enfrentamentos dessa competição foram definidos por um sorteio, um cruel sorteio. O Grêmio pega o Atlético-PR, o "Furacão" que faz bom papel na série A com os imortais André Lima e Walter. O Inter pega o Fortaleza, da Série C. São já as oitavas de final. Arrisco-me a dizer que o Grêmio terá uma árdua batalha, e o Inter já está virtualmente nas quartas.
Ou seja, corremos o sério risco de terminarmos o ano como terminamos o primeiro semestre: com o Grêmio tendo o time mais entrosado e organizado, mas sem títulos a serem comemorados, e o Inter com um time repleto de defeitos, mas dando a volta olímpica e faturando muito (e com razão) na autoestima e na imagem institucional. Só que agora, caso isso ocorra, em dimensão nacional e, de quebra, abocanhando vaga na Libertadores 2017.
Assim como tanto faz ser 7º ou 12º no Brasileirão, pouco importa para as estatísticas quem tinha mais time, mais estrutura. Pode ser doloroso, mas o que vale é a medalha no peito e a taça no armário. E qual é a saída para nós, gremistas? Dar-nos conta de que o belo toque de bola, num padrão tático maravilhoso do meu amigo Roger, dá resultado contra times bem postados defensivamente se tivermos um Messi ou um Luan inspiradíssimo, conseguindo a salvadora "vantagem pessoal". Contra os chamados "ferrolhos", precisamos de outras alternativas. Chances? Temos. Nada impede que ganhemos do Atlético-PR na Copa do Brasil, em uma disputa certamente difícil. Outra: a segunda fase do Brasileirão, na prática, é como um novo campeonato, com de cinco a sete times disputando o título – e o Grêmio está entre eles.
Mas o que, enfim, um gremista como eu quer com este texto? Quer escrevê-lo para, no seu desfecho, que aqui faço, enviar um pedido urgente a todos naquela nossa casa linda incrustada no limite da Rodovia do Parque. Por favor, amigo Roger, presidente Romildo, todos, também liguemos o nosso sinal, o sinal azul.
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