Os fabricantes prometem batalhar pela manutenção e ampliação dos programas de incentivo à aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas. E as pressões já começaram ontem, na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
Após a confirmação do governo federal na segunda-feira de que o Mais Alimentos - destinado à agricultura familiar - passará a ser permanente, a indústria se mobiliza agora para fazer o mesmo antes do final do ano com o chamado Programa de Sustentação do Investimento (PSI), voltado aos produtores empresariais.
- Queremos o PSI permante - disse o presidente da câmara setorial de máquinas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas, Celso Casale.
O programa, que reduziu os juros de 9,5% ao ano para 4,5%, acabaria na metade de 2010. O governo aceitou prorrogar até 31 de dezembro, mas a taxa será corrigida para 5,5% a partir do segundo semestre. No caso do Mais Alimentos, iniciativa que sustentou a atividade das indústria de tratores na fase mais aguda da crise, a indústria quer um aumento nos limites de financiamento e no teto da renda da família habilitada a tomar o crédito. Conforma Casale, o programa tem um potencial de beneficiar 400 mil famílias, mas teria alcançado apenas 12 mil até agora.
Para Silvio Rigoni, gerente de vendas de tratores da gaúcha Agrale, a manutenção dos juros reduzidos para agricultura empresarial seria positiva para o aumento e a renovação da frota brasileira de máquinas agrícolas. O vice-presidente da New Holland para a América Latina, Francesco Pallaro, diz que um aumento abrupto dos juros no final do ano prejudicaria principalmente as vendas de colheitadeiras, devido à sazonalidade.
Apesar de a troca de governo ser considerada uma incerteza quanto à manutenção do PSI, o gerente de marketing e produto da Massey Ferguson, Antonio Pfitcher, entende que foi positivo o anúncio da prorrogação do programa. Mesmo que troque de nome, um outro mecanismo de apoio à aquisição de máquinário agrícola virá com o novo governo, aposta Pfitcher.
A Argentina, mais importante mercado externo dos fabricantes brasileiros, também começa a dar sinais de recuperação da demanda.
- A Argentina está melhorando. O grande ano deles será 2011 - aposta Paulo Hermann, diretor de vendas da John Deere para a América Latina.
O repórter Caio Cigana viajou para Ribeirão Preto a convite de um pool de empresas do setor
Economia
Indústria de máquinas agrícolas tenta manter incentivos na Agrishow
Para fabricantes de máquinas, medida é essencial para garantir as vendas
Caio Cigana
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