Esse olhar... Mais do que uma obra de apurado senso estético e de perfeito uso das técnicas, essa tela estampada abaixo nos arrebata por causa do olhar. De bate pronto, tem gente que acha que é pintura, ou desenho, ou ainda colagem digital, afinal vivemos a era arte contemporânea. Mas a obra An Old Woman With Joyous Face é criação de Marina Landi, que faz arte com tecidos e linhas. Pois é, nada de tinta ou lápis de cor, ou traquinagem digital.
A obra de Marina foi tecida com linha, em uma técnica chamada de quilt. Com essa peça, Marina venceu o maior festival de quilt do mundo, em Houston, nos Estados Unidos, na edição de novembro de 2018, e estará à mostra pela primeira vez no Brasil, durante a 22ª edição do Festival Internacional de Quilt e Patchwork, de Gramado. O encontro será realizado entre os dias 18 e 21, no Centro de Eventos da FAURGS.
— Essa obra foi executada a partir de uma foto de Rarindra Prakarsa, um fotografo indonésio, que retratou uma velha senhora que trabalhava em plantação de arroz no interior de Bali. Demorei quatro meses para executar a peça, sendo um mês para desenhar, e três para executar, ela é feita em seda pura tingida por mim, e foi quiltada por Natasha Bugarin, do Orbita Quilting — explica Marina Landi, que tem na bagagem sete prêmios em Gramado e quatro, nos Estados Unidos, sendo três deles no Festival Internacional de Houston, um dos mais importantes do mundo onde já conquistou três prêmios Top.
Na época das nossas avós, quilt e patchwork eram só o que carinhosamente chamamos de colcha de retalhos, ou tramas de tecidos e linhas em camadas. Mas graças a artistas e visionários o que era artesanato ganhou passarelas do mundo da moda e galerias de arte. Um dos grandes responsáveis por essa guinada é o Festival de Gramado.
— Não somos o mais antigo do mundo, mas somos os pioneiros na América Latina — revela José Mauro Netto, idealizador do festival, ao lado da esposa, Carmen Netto.
Quem nunca pisou em Gramado durante o Festival Internacional de Quilt e Patchwork não faz ideia da série de atividades e da representatividade deste mercado.
— O festival oferece não apenas uma feira de produtos e serviços aos visitantes, mas uma gama com 39 cursos e oficias, ensinando técnicas e desenvolvendo atividades gerenciadas pelos melhores mestres do Brasil e da América Latina — defende Netto.
A expectativa da organização é a de que Gramado receba 10 mil visitantes entre quarta e domingo, período que ocorre o encontro. Um dos pontos altos é o Concurso Internacional de Quilt. Trinta e cinco finalistas concorrem em nove categorias e mais 4 prêmios especiais, entre eles, o mais cobiçado, o de melhor peça. Uma das juradas deste ano é Sinara Maria Boone, professora da UCS e mestre em Letras e Cultura Regional, pela UCS.
— Considero o concurso "a estrela" do festival. Sempre prestigiei as Exposições de Quilts, também já participei em outras edições com trabalhos meus, mas nesse ano tive a alegria de fazer parte do Juri do Concurso que apresentará trabalhos de muita qualidade artística e estética _ conta Sinara, sem revelar suas escolhas para não estragar a surpresa.
No encerramento, no sábado, a concentração começa às 13h30min, com a Parada do Quilt, que é um cortejo de quilteiras puxado por uma banda marcial, partindo da Rua Coberta no centro da cidade até chegar ao Centro de Eventos. A partir das 14h, a entrada é franca no Festival de Gramado, porque acontece o que se chama de Sábado da Xepa, com descontos e promoções oferecidos pelos expositores.
PROGRAME-SE
Feira de Produtos e Serviços: São cerca de 50 expositores de vários estados do Brasil assim como do Uruguai, Argentina, Chile e outros países.
Cursos e Oficinas: Aulas de várias técnicas, com profisisonais renomados e 39 opções de cursos e oficinas.
Concurso Internacional de Quilts: O concurso deste ano reúne 59 peças de artistas do Brasil, Uruguai, Argentina e Chile.
Mostras Paralelas:
- Mostra dos Mestres exibe quilts dos mestres convidados desta edição do evento.
- Clube Brasileiro de Patchwork e Quilting, de São Paulo, apresenta trabalhos sob a temátoca "Brasil - Em busca do paraíso perdido - flores e ervas".
- "Quilts de Marina Landi", artista paulista premiadíssima.
- "Quilts de Alisson Swhabe", australiana radicada no Uruguai.
Parada do Quilt: Cortejo de quilteiras puxado por Banda Marcial, partindo da Rua Coberta no centro da cidade até o Centro de Eventos, no dia 21 de setembro, às 13h30min.
AGENDE-SE
O que: 22º Festival Internacional de Quilt e Patchwork
Quando: de quarta-feira, dia 18 a sábado, dia 21 de setembro. Horários: das 14h às 18h (quarta-feira), e das 10h às 18h (de quinta a sábado).
Onde: Centro de Eventos da FAURGS (Rua São Pedro, 663, Centro - Gramado)
Quanto: Ingressos a R$ 20. Meia entrada para estudantes e idosos, R$ 10. Crianças até 12 anos não pagam. Na sexta-feira, que é feriado, todos pagam meio-ingresso. E no sábado, a partir das 14h, entrada franca.
Informações: pelo site www.festivalquiltpatchwork.com.br ou pelo telefone (54) 3286.1796.